Economia Brasília

Previdência: governo afina discurso e reafirma que não há nova proposta de reforma

Após reunião de Guedes com Samuel Moreira, relator da matéria na comissão especial, ministro diz que está otimista
O relator da reforma da Previdência, Samuel Moreira, ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes Foto: Jorge William / Agência O Globo
O relator da reforma da Previdência, Samuel Moreira, ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes Foto: Jorge William / Agência O Globo

BRASÍLIA -  Na tentativa de acalmar os ânimos do mercado, que ficou tenso depois da circulação da informação de que os  partidos do centrão apresentariam uma proposta própria para reforma da Previdência -  o que poderia atrasar a mudança nas regras da aposentadoria -, a equipe econômica se reuniu com o relator da matéria na comissão especial, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP). Depois do encontro, o ministro da Economia, Paulo Guedes , disse que está otimista em relação à aprovação da reforma no Congresso com a potência fiscal necessária para equilibrar as contas públicas: uma economia de R$ 1 trilhão em 10 anos.

Quer saber quanto tempo falta para você se aposentar? Simule aqui na calculadora da Previdência

-  Estamos confiantes no trabalho do relator, estamos confiantes no trabalho do Congresso e otimistas  quanto ao compromisso de conseguirmos aprovar a reforma com a potência fiscal necessária para desbloquear o horizonte de investimento no Brasil nos próximos 10 anos,  15 anos. O Brasil retomar o crescimento e conseguir a estabilidade fiscal é o grande objetivo -  afirmou Guedes, ao lado de Moreira e do Secretário de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho.

Moreira negou que haverá um texto alternativo e reafirmou que está trabalhando em cima do projeto enviado pelo Executivo. Ele  explicou que o termo substitutivo, que foi usado na semana passada para classificar uma nova proposta, não se refere a um novo texto,  mas a uma técnica legislativa.

Previdência: Governo e relator articulam novo texto para manter economia de R$ 1 trilhão

- Estamos trabalhando em cima do projeto que o governo enviou. Esse é o projeto. Só tem esse projeto. Estamos relatando esse projeto. Vamos continuar assim e, se houver alterações,  será apresentado um substitutivo como sempre ocorreu na Casa, sem nenhum problema, sem qualquer desentendimento. Pelo contrário, estamos cada vez mais unidos, unindo cada vez mais os partidos. Temos que ter o governo junto -  destacou Moreira.

Ele afirmou ter a convicção de que a reforma a ser aprovada pelo Congresso precisa assegurar a economia de pelo menos R$ 1 trilhão. O relator lembrou que o governo enviou ao Congresso  pedido de crédito suplementar de R$ 248 bilhões, nos quais R$ 200 bilhões são só para honrar os compromissos com a Previdência.  Moreira mencionou ainda que existem estados que não estão pagando aposentados e os salários dos servidores.

- A situação é grave. Por isso, essa meta é uma meta coerente - afirmou o relator.  Ele disse que pretende apresentar o relatório antes do dia 15 de junho e que o prazo para apresentação de emendas de parlamentares ainda não fechou. Afirmou que vai aprofundar as conversas com os líderes do partidos, inclusive da oposição. Moreira admitiu que reforma tem pontos polêmicos no projeto, mas que o governo está "aberto a aceitar mudanças".

O presidente da comissão especial da reforma, deputado Marcelo Ramos (PR-AM), autor das declarações sobre a existência de um  relatório alternativo,  não participou do encontro no Ministério da Economia.