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Por Diego Borges; Por TechTudo


Dead Space 3 é o mais recente capítulo da franquia considerada a mais aterrorizante desta geração. Pela primeira vez o game conta com um modo multiplayer cooperativo e um enredo bem mais interessante que o dos últimos jogos.

Dead Space 3 (Foto: Divulgação) — Foto: TechTudo
Dead Space 3 (Foto: Divulgação) — Foto: TechTudo

Menos assombrações e mais realidade

Em Dead Space 2, o que parecia uma simples trama de ficção-científica, agregou elementos sobrenaturais para tentar empurrar um clima mais sombrio aos jogadores. Isso ficou evidente nas alucinações que o protagonista sofria ao longo da história. A ideia acabou dividindo opiniões, já que muitos achavam que alienígenas e espíritos eram elementos que não faziam sentido.

Em Dead Space 3 muita coisa mudou. A começar pelo contato visual com os personagens, fator que cresceu ao longo da franquia, eliminando de vez o clima de solidão de Isaac e introduzindo mais convívio com outros humanos. A maior prova disso é a inclusão de John Carver - personagem que serve como desculpa para acrescentar o modo cooperativo no game.

A história principal gira em torno do protagonista que, depois de sobreviver ao "acidente" com a estação espacial Sprawl, acaba no planeta gelado Tau Volantis. Lá, descobre um outro sobrevivente - Carver,- que vai lhe ajudar a desvendar os mistérios por trás de artefatos conhecidos como Markers, que transformam as pessoas em Necromorphs - as criaturas do jogo.

Na campanha principal, Carver é um mero coadjuvante que surge em determinados momentos, contrariando aqueles que achavam que o game seria uma espécie de Army of Two do futuro. Já o modo cooperativo agrada e serve para inserir alguns diálogos a mais, o que pode soar estranho para quem viveu dois títulos "forever alone" com Isaac.

Dead Space 3 (Foto: Divulgação) — Foto: TechTudo
Dead Space 3 (Foto: Divulgação) — Foto: TechTudo

Pegadinha do ambiente externo

Depois de inúmeros vídeos de divulgação mostrando um ambiente aberto e tomado pelo gelo, muitos fãs torceram o nariz achando que a franquia poderia muda o rumo e perder o seu principal atrativo: o clima de tensão. Temia-se a ambientação escura repleta de salas e corredores apertados que acabaria "morrendo" nesta nova versão.

 

 Mas como uma boa "pegadinha", Dead Space 3 deixa essa novidade para depois da metade do game, ou seja, durante cerca de 5 horas, os jogadores ainda terão que percorrer ambientes mal iluminados e repletos de criaturas que surgem a qualquer momento - proporcionando aquele susto monumental.

A Visceral Games soube conduzir as rédeas e o resultado da experiência de mundo aberto é agradável e revigorante. O jogador passa a vivenciar a história de Isaac de uma nova maneira, com a impressão de estar em outro - ótimo - jogo. Mas não respire aliviado achando que os sustos sumiram, pois agora as criaturas surgem da neve ou do meio de uma nevasca. Essa mesma tempestade acaba sendo a "escuridão" desse ambiente externo, já que é muito difícil enxergar o mundo ao seu redor.

Porém, também há momentos particulares e inovadores. Se os corredores apertados tornam o game bem linear, no momento em que o personagem cruza o ambiente externo, é possível encarar pequenos trechos, como cavernas e trilhas mais curtas. Elas quase sempre resultam em itens espalhados pelo chão e encontro com mais criaturas. Mas nada que faça o jogador se desesperar sem saber por onde ir.

Dead Space 3 (Foto: Reprodução) — Foto: TechTudo
Dead Space 3 (Foto: Reprodução) — Foto: TechTudo

Campanha e modo cooperativo

O começo da campanha mostra a história dos acontecimentos principais do jogo. Antes mesmo de começar a controlar Isaac, você é apresentado a uma prévia do que será se aventurar no mundo aberto - mesmo que esta experiência não esteja disponível em boa parte do jogo. Depois, Dead Space volta a ser como antes, mostrando uma trama envolvente em bases abandonadas - a característica principal da franquia.

Os puzzles também estão de volta, mas sem a mesma dificuldade dos títulos anteriores. É possível notar também que, embora o game esteja cada vez mais difícil se tratando do combate contra inimigos, os quebra-cabeças foram ficando cada vez mais simples e pouco atrativos. Em determinados momentos, chega a ser ridículamente simples solucioná-los.

O que agrada mesmo é a forma com que tudo é construído no jogo. Quando você começa a achar o game monótono, uma série de eventos faz surgir Necromorphs por toda parte, ou então, entra uma cena em que é preciso acertar os comandos para sobreviver. Desse jeito, mesmo que seja rotineira a forma com que os objetivos são determinados, há sempre uma mudança significativa no cumprimento das tarefas.

Dead Space 3 (Foto: Reprodução) — Foto: TechTudo
Dead Space 3 (Foto: Reprodução) — Foto: TechTudo

Mira eficiente e esquiva falha

Em comparação com os outros títulos, a jogabilidade de Dead Space 3 permanece praticamente a mesma. Ainda é possível usar e abusar da telecinese para arremessar objetos como uma espécie de arma, ou congelar seus inimigos quando aglomerados, utilizando o Stasis Pack. Mantém-se assim as características do sistema de combate da franquia, que oferece outros recursos para atacar seus inimigos quando sua munição acaba.

O grande fiasco fica por conta do sistema de esquiva, que acaba decepcionando. Isso porque, na grande maioria das vezes, Isaac pode executar o movimento e se livrar de um momento de aperto, porém ele ainda sofre o dano do golpe. A única - e pequena - vantagem é que assim você evita que o personagem fique atordoado e pode contra atacar.

O sistema de mira também continua um pouco confuso. Algumas armas ainda demoraram muito para serem recarregadas e não possuem tanta precisão. Entretanto, a medida em que elas são evoluídas, isso muda um pouco e torna-se mais fácil acertar um determinado alvo.

Dead Space 3 (Foto: Reprodução) — Foto: TechTudo
Dead Space 3 (Foto: Reprodução) — Foto: TechTudo

Visual de outro mundo

O visual de Dead Space 3 continua sendo um dos grandes atrativos do game. Se nos outros capítulos a ambientação era limitada a salas mal iluminadas e poucos momentos vagando pelo espaço sideral, agora é possível notar uma variedade maior de cenários. A novidade fica por conta da cruzada em meio a neve e alguns pequenos trechos, como a introdução do game, que mostra a casa e a cidade natal de Isaac.

A forma com que o game apresenta o clima sombrio também deve-se muito ao belo efeito de sombra e luz do jogo. Nos momentos de muito breu, apenas a sua arma é a fonte de iluminação do local. E sem ela, encontrar seus inimigos é uma tarefa mais que árdua.

E falando em inimigos, há uma variedade considerável de Necromorphs e outras criaturas prontas para atacar Isaac. Porém, a sensação é que faltaram mais inimigos de destaque, como por exemplo, chefes e outros monstros gigantescos. Não faltam, porém, coadjuvantes na trama, que aparecem em número exagerado e, muitos, sem uma explicação convincente para seu surgimento na história.

Dead Space 3 (Foto: Reprodução) — Foto: TechTudo
Dead Space 3 (Foto: Reprodução) — Foto: TechTudo

Sistema de evolução de armas

Anunciado com um grande alarde, o sistema de personalização e evolução de armas divide opiniões. Primeiro é preciso elogiar o quanto é viciante percorrer corredores atrás de simples peças que podem ajudar a aprimorar seu armamento. Em Dead Space 3 é possível até montar uma "dupla arma", ou seja, você pode, por exemplo, fatiar seus inimigos com a Line Gun, e com um outro botão, explodir tudo pela frente com uma Grenade Launcher.

Mas como nem tudo são flores, há também motivos para repudiar esse sistema. Primeiro é a demora para evoluir tanto as armas quanto a sua armadura. Depois de muitas horas de jogo e centena de itens coletados, você finalmente poderá construir algo eficiente o bastante para sobreviver no game. Ou então, optar pelo polêmico sistema de transação.

Em Dead Space 3, é possível comprar a sua arma com dinheiro de verdade. As redes onlines e suas lojas virtuais vendem kits que ajudam a evoluir seu armamento de uma forma mais rápida. Sendo assim, enquanto alguns sofrem no jogo em busca de uma evolução satisfatória, outros investem uma graninha e se tornam verdadeiros Rambos do espaço. Porém, não há uma obrigatoriedade do game que force o jogador a comprar alguma coisa. A decisão parte de cada um.

Microtransações de Dead Space 3 custam em maioria US$ 5 (R$ 10) (Foto: eurogamer.com) (Foto: Microtransações de Dead Space 3 custam em maioria US$ 5 (R$ 10) (Foto: eurogamer.com)) — Foto: TechTudo
Microtransações de Dead Space 3 custam em maioria US$ 5 (R$ 10) (Foto: eurogamer.com) (Foto: Microtransações de Dead Space 3 custam em maioria US$ 5 (R$ 10) (Foto: eurogamer.com)) — Foto: TechTudo

Conclusão

Dead Space 3 fez poucas inovações e conseguiu manter o nível de qualidade da franquia. O ambiente externo não é apresentado a todo momento, mas satisfaz em mudar um pouco a cara do game. O modo cooperativo também chegou para somar, mas o sistema de armas é polêmico demais. Entretanto, o mais importante é que o jogo ainda continua sendo um dos mais assustadores e violentos desta geração.

9

Gráficos
10
Jogabilidade
9
Diversão
9
Som
10

Prós

  • - Visual
  • - Jogabilidade
  • - Enredo convincente
  • - Modo cooperativo

Contras

  • - Sistema de esquiva
  • - Microtransações com dinheiro

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