Edição do dia 05/06/2018

05/06/2018 21h29 - Atualizado em 05/06/2018 21h29

Transparência lança documento com propostas de combate à corrupção

No total, são 70 medidas, muitas delas já usadas, testadas e aprovadas em outros países, segundo a Transparência Internacional.

A Transparência Internacional propôs, nesta terça-feira (5), dezenas de medidas para combater a corrupção no Brasil.

A imagem mais escancarada da corrupção. Uma das medidas tenta impedir que montanhas de dinheiro passem de mão em mão. Ninguém poderia carregar mais de R$ 100 mil em dinheiro, nem guardar mais de R$ 300 mil.

Outra medida tenta regulamentar a prática de influenciar decisões políticas. É o chamado lobby, que tem esse nome porque nasceu no lobby, o saguão de um hotel nos Estados Unidos, onde políticos se encontravam com empresários, representantes e sindicatos. Os americanos se deram conta, há muito tempo, de que é impossível impedir aquela conversa de pé de ouvido. Por isso, é preciso determinar o que pode e o que não pode.
 
Para a Transparência Internacional é preciso ainda desburocratizar o estado, simplificar e modernizar a gestão para reduzir as oportunidades de atos de corrupção e exigir concurso público até para cargos de confiança na administração federal.

Várias medidas referem-se ao processo eleitoral. Partidos políticos passariam a responder por lavagem de dinheiro. Teriam que registrar todos os doadores e comunicar todas as operações financeiras. O caixa 2 de campanha passaria a ser crime, punido até com cancelamento do registro do partido e prisão de até cinco anos para os envolvidos.

No total, são 70 medidas, muitas delas já usadas, testadas e aprovadas em outros países.

“O foco do pacote é a prevenção à corrupção. É muito importante que o indivíduo que é pego num escândalo de corrupção, num crime de corrupção, seja punido, responsabilizado, mas mais importante do que isso é prevenir que esse mesmo caso, sequer aconteça”, afirma o professor da FGV Michael Mohallem.

A Transparência Internacional, que atua em 110 países, diz que é o maior pacote anticorrupção do mundo, e foi lançado junto com uma campanha para incentivar o eleitor a votar nas próximas eleições em candidatos de ficha limpa e comprometidos com essas medidas.

“A ideia é justamente superar essa divisão, essa polarização do debate público que só beneficia os corruptos, prejudica a sociedade. Então, unidos, em 2018, o eleitor tem a maior arma no combate à corrupção, que é o voto”, explica Bruno Brandão, diretor-executivo da Transparência Internacional Brasil.

Clique aqui para ver a lista com as 70 medidas contra a corrupção.

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