Política Bolsonaro

Manifestantes pedem veto ao projeto de abuso de autoridade em 21 estados e no Distrito Federal

No Rio, humorista Marcelo Madureira, que deu seu voto a Bolsonaro nas últimas eleições, foi hostilizado
Manifestantes pedem veto a texto que define crime de abuso de autoridade, na orla de Copacabana, Zona Sul do Rio Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
Manifestantes pedem veto a texto que define crime de abuso de autoridade, na orla de Copacabana, Zona Sul do Rio Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo

RIO — Manifestantes se reuniram neste domingo em atos pró-Bolsonaro e em apoio à Operação Lava-Jato em 46 cidades de 21 estados e no Distrito Federal, de acordo com o G1, para protestar contra a Lei de Abuso de Autoridade . O projeto que, dentre outros itens, estabelece barreiras legais à atuação de procuradores e juízes, foi aprovado pelo Congresso e aguarda sanção do presidente Jair Bolsonaro.

Os protestos convocados pelo grupo Vem pra Rua e por outros movimentos reforçaram o apoio à força-tarefa da Lava-Jato e ao governo Bolsonaro e ainda pediram a indicação do procurador Deltan Dallagnol para o comando da Procuradoria-Geral da República (PGR).

No Rio de Janeiro, a manifestação ocorreu na orla de Copacabana. O humorista Marcelo Madureira, que deu seu voto a Bolsonaro nas últimas eleições, foi hostilizado pelos manifestantes por fazer críticas ao presidente e precisou sair do ato escoltado pela Polícia Militar. Do alto do carro de som, sob muitas vaias, ele dizia que tinha o direito de criticar Bolsonaro quando ele errasse e de elogiar quando acertasse.

Protesto em Copacabana contra o projeto de lei de abuso de autoridade Foto: Breno Carvalho / Agência O Globo
Protesto em Copacabana contra o projeto de lei de abuso de autoridade Foto: Breno Carvalho / Agência O Globo

“E quem não fizer isso é porque é burro. Confunde política com religião”, disse o ex-Casseta. “Não tenho medo de vaias”, avisou Madureira aos manifestantes vestidos de verde e amarelo e com camisas de Bolsonaro e do ministro da Justiça e Segurança, Sergio Moro. E continuou, antes de ter o microfone cortado: “Como justificar uma aliança do Jair Bolsonaro com o Gilmar Mendes para acabar com a Operação Lava-Jato?”.

Os organizadores tiveram que pedir ao público para “não dividir o movimento”. Madureira então desceu do carro de som e foi escoltado até um táxi.

Em Brasília, os manifestantes ergueram bonecos infláveis no gramado em frente ao Congresso Nacional. Os manifestantes também levantam cartazes em apoiam ao ministro da Justiça, Sergio Moro, e ao procurador Deltan Dallagnol.

Em São Paulo, manifestantes foram para a Avenida Paulista. O grupo também pediu o impeachment do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffolli, e a saída do ministro Gilmar Mendes.

O protesto começou às 13h42, com o hino nacional sendo tocado de um carro de som. A aglomeração principal estava ao lado do Masp, e havia outro grupo com uma faixa pedindo o impeachment do STF. A manifestação não saiu em caminhada, e o ato terminou por volta das 17h.

Ao lado do carro estavam posicionados dois bonecos infláveis, um com a imagem de Sérgio Moro e outro com a imagem do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, pedindo pela CPI da lava toga.