Bairro mais populoso do Rio, segundo em número de mortes por Covid-19, tem aumento de 82% no movimento nas ruas

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20 Comentários

  • Paulo Ricardo de Souza Rita
    Individualmente, se a pessoa não quer ser responsável por ela mesma e por quem a cerca, problema dela. Ela é quem vai se prejudicar.
  • Fabio81
    A palavra de ordem agora vai ser CAVA COVA, a burguesia já está blindada o povão que vá pra rua. Talvez tenhamos que enfrente mais pra frente o tal LokDaw que seria afastamento social total e forçado.
  • ULTRASEVEN
    No último fim de semana alguns bairros de Campo Grande estavam lotados e as ruas cheias de gente soltando pipas. O que justifica isso?
  • ULTRASEVEN
    Irresponsáveis! É o mínimo que se pode dizer. E não podem alegar que é falta de informação, é FALTA DE EDUCAÇÃO mesmo!
  • Danielsson
    Pandeminions

Bairro mais populoso do Rio, segundo em número de mortes por Covid-19, tem aumento de 82% no movimento nas ruas

Calçadão de Campo Grande
Calçadão de Campo Grande Foto: Fabiano Rocha / Fabiano Rocha
Ricardo Rigel
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Campo Grande, o bairro mais populoso do Rio de Janeiro, segundo o último Censo demográfico, tornou-se a região da cidade com o segundo maior número de óbitos em decorrência da Covid-19. Até domingo (26), dos 140 casos confirmados, 20 não resistiram. Os dados são da Secretaria municipal de Saúde, divulgados através do Painel Rio Covid-19. O bairro da Zona Oeste só perde para Copacabana, que, dos 246 infectados notificados até domingo, 22 morreram. Especialistas dizem que o número é preocupante, mas parte da população ainda não se deu conta. Durante o domingo, muita gente foi vista circulando pelas ruas de Campo Grande.

Neste domingo, todo o Estado do Rio já contabilizava 7.111 casos, sendo 4.498 na capital fluminense. O número de óbitos registrados até dia 26 chegou a 645, 382 somente no município do Rio. Ainda de acordo com a Secretaria estadual de Saúde, 278 óbitos ainda estavam em investigação neste domingo.

Segundo o Centro de Operações Rio (COR), dados da operadora de telefonia Tim apontaram que o percentual de pessoas fora do isolamento em Campo Grande, no domingo (26), subiu 82,81% em comparação ao domingo (19), saltando de 3.212 para 5.872. A Tim explica que informações de geolocalização não identificam os usuários e a confidencialidade da privacidade e dos dados apurados é garantida.

Aglomeração na rodoviária de Campo Grande
Aglomeração na rodoviária de Campo Grande Foto: BRENNO CARVALHO / Agência O Globo

A estudante de Arquitetura Ciça Kaline, de 27 anos, que mora perto do calçadão de Campo Grande, diz que tem se surpreendido com a quantidade de pessoas transitando na região comercial do bairro:

— Moro com os meus pais e estou trabalhado de home officie desde o início da quarentena. Só saio de casa para fazer coisas essenciais, como ir ao mercado. É assustador andar pela rua e ver a quantidade de pessoas sem máscara de proteção e bebendo em bares como se nada estivesse acontecendo.

A DJ Camila Ribeiro, de 27, que também mora em Campo Grande e está impossibilitada de trabalhar, diz que só tem saído de casa para ir ao mercado, mas que esse comportamento não tem sido da maioria:

— No sábado à noite, passei por uma rua onde rolava um pagode num bar e mais a frente tinha uma igreja com muitas pessoas aglomeradas sem máscaras de proteção. Eu me senti mal de ver como uma doença tão séria pode ser tratada com tanto descaso.

Para o infectologista Roberto Falci da Silva Garcia, que atua no Hospital Geral de Nova Iguaçu e é responsável pela empresa RF Infectologia, se os dados das regiões do Rio forem vistos através da taxa de letalidade, o bairro de Campo Grande fica em primeiro lugar:

— O cálculo é feito da seguinte forma: pegamos o número de óbitos na região e multiplicamos por 100 e depois dividimos pela quantidade de casos diagnosticados na mesma área. No caso de Campo Grande, que já teve 140 casos confirmados e 20 mortes, essa taxa de letalidade é de 14,28%. Enquanto que Copacabana fica em segundo, com 9,5%, e Tijuca em terceiro, com 9,4%.

Número de leitos

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a rede municipal abriu 419 leitos exclusivos, desde o início da pandemia, para o tratamento da Covid-19. Deste total, 137 são leitos de UTI. Neste domingo (26), em toda a rede municipal, há 378 pessoas internadas com suspeita de infecção pelo novo coronavírus, sendo 106 em UTI. Há pacientes internados em leitos exclusivos e em leitos de outras unidades de emergência da rede, em locais reservados para esse atendimento.

Em toda a rede SUS, que inclui leitos de unidades municipais, estaduais e federais na cidade, são 1.271 pacientes internados com suspeita de covid, sendo 314 em UTI. A taxa de ocupação de leitos de UTI para Covid-19 na rede SUS é de 94%. Já a taxa de ocupação nos leitos de enfermaria para pacientes com suspeita de Covid é de 92%.

Bairros com mais de 100 casos confirmados

Barra da Tijuca - 246

Copacabana -230

Tijuca - 169

Campo Grande - 140

Botafogo - 129

Leblon - 124

Bairros com mais de 10 óbitos

Copacabana - 22

Campo Grande - 20

Tijuca - 16

Realengo -14

Bangu - 13

Barra da Tijuca -11

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