• Sabrina Bezerra
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Mulheres em cargos de liderança (Foto: Pexels)

Mulheres chegam a cargos de liderança, mas ainda são minorias na presidência (Foto: Pexels)

A presença de mulheres em cargos de liderança aumentou nos últimos dois anos, mas quando o assunto é assumir a presidência da empresa, ainda existem barreiras de gênero. É o que aponta a terceira edição do estudo “Panorama da Mulher 2019”, realizado pelo Grupo Talenses, consultoria especializada em recrutamento e seleção, em parceria com o Insper. A pesquisa analisou 532 empresas de diferentes setores que têm sede no Brasil, na América do Norte e na Europa.

"O estudo indica uma evolução em diversos setores, mas ainda existe lacunas", afirma Luiz Valente, CEO do Talenses Group.

De acordo com o relatório, 23% das empresas têm mulheres em cargos de vice-presidência, 26% têm mulheres na diretoria e 16% nos conselhos administrativos. No entanto, somente em 13% das companhias elas ocupam a presidência — isso significa uma queda de 2 pontos percentuais comparado com o ano anterior.

"A maior barreira para a equidade de gênero está no cargo de presidência. A probabilidade de uma mulher ser presidente é 50% menor do que liderar como diretora e 60% menor do que ocupar o cargo de vice-presidente", diz o estudo.

Segundo o levantamento, as presidências femininas são mais frequentes nas empresas com sede no Brasil do que na América do Norte e na Europa. Por aqui, as mulheres ocupam a presidência de 18% das empresas pesquisadas. Na Europa, a participação feminina no cargo é de 6%, e na América do Norte, de 3%. Além disso, as corporações de capital fechado têm 20% mais líderes mulheres do que as de capital aberto; e as empresas de administração familiar têm 60% mais líderes mulheres em relação às de administração profissional.

A pesquisa indica que mulheres presidentes alavancam a equidade nos cargos de liderança, o que traz uma perspectiva de crescimento econômico e boa reputação para a marca. Ter uma mulher presidente aumenta em 2,5 vezes a possibilidade de ter mulheres na liderança e em 4 vezes a possibilidade de ter mulheres nos cargos de conselho.

"As mulheres sofrem com os vieses inconscientes. Por isso é importante que a liderança feminina esteja presente dentro dos conselhos administrativos. Quanto maior a participação delas, maiores serão as chances de elas se tornarem presidentes", afirma Regina Madalozzo, coordenadora do Núcleo de Estudos de Gênero do Insper.

Mulheres por áreas de atuação
Em todos os níveis de liderança, a indústria é o setor com menor presença feminina. No setor, 6% das empresas têm mulheres como presidentes. O setor de serviços é o que tem maior proporção de mulheres nos cargos de presidência (19%) e vice-presidência (30%).

A maior parte das vice-presidentes mulheres na pesquisa atuam na área de vendas (29%). Em seguida, aparecem a área financeira (13%), recursos humanos (12%), operações (11%), marketing (10%) e jurídico (9%). A área com menor participação feminina na liderança é TI e digital.

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