Bolsas e índices

Por Marcelle Gutierrez, Valor — São Paulo

O J.P.Morgan atualizou sua projeção para o Ibovespa em 2020 para 104 mil pontos, de 80.500 estimado em março deste ano.

A mudança para a bolsa brasileira ocorre junto com outras também da América Latina, beneficiadas, segundo o banco, pelo atual momento de maior propensão ao risco no mundo (“risk-on”).

O J.P.Morgan entra no segundo semestre de 2020 com recomendação de compra (“overweight”) para Brasil e Peru, neutro para Chile e Colômbia e venda (“underweight) para México e Argentina.

De acordo com o J.P.Morgan, em relatório assinado por Emy Shayo Cherman, Nur Cristiani, Diego Celedon e Pedro Martins Junior, há grande liquidez no mundo, que passa por um grau de normalização bem-sucedido após a covid-19, com rotação de ativos mais defensivos por aqueles mais cíclicos e de maior valor.

“As perspectivas de um melhor crescimento permitem mais tomada de risco, levando a um dólar mais fraco e maior preço de commodities, pontos-chave para um rali na América Latina”, comentam.

Em relação ao Brasil, os analistas comentam que o país, diferente de outros emergentes, está nos estágios iniciais de uma recuperação do crescimento, baseada em juros baixos e agenda de reformas. Na melhor das hipóteses, a covid-19 colocou essa história no congelador até 2021 e, na pior, a narrativa foi destruída. O banco entretanto, acredita em um meio-termo.

Segundo eles, o principal ponto que faz dessa crise diferente de outras no passado é que a desvalorização cambial não levou a um aumento dos juros, o que permite uma recuperação cíclica e contínua rotação dos ativos de renda fixa para renda variável.

O J.P.Morgan projeta uma contração do PIB brasileiro de 7% em 2020 e crescimento de 4,4% em 2021, ainda abaixo do nível de 2019. Já a Selic deve cair para 2,5% ao ano e permanecer neste patamar até o fim de 2021, o que dará suporte ao mercado de ações e ajudará a estabilizar o real.

Do ponto de vista político, o banco observará as eleições municipais deste ano, principalmente em relação às preferências ideológicas dos eleitores e se surgirão novos nomes para a corrida presidencial de 2022. O J.P.Morgan também chama atenção para a recente aliança do presidente Jair Bolsonaro com partidos do centro, o que pode permitir o avanço de reformas e melhor responsabilidade fiscal em 2021.

Das 20 ações escolhidas como preferidas (“top picks)pelo J.P.Morgan na América Latina, 11 são brasileiras, sendo nove de outros países, ao contrário do ano passado, onde todas estavam no Brasil.

Por aqui, o banco aposta agora nas que podem oferecer algum valor (Banco do Brasil e Grupo Pão de Açúcar), mais resilientes (Ecorodovias e Tenda) e bem-posicionadas para uma expansão de margem quando houver recuperação da economia (Fleury e Yduqs). O banco também recomenda Vale, Petrobras, B3, Taesa e Tupy.

Já outras preferências na América Latina são: Adecoagro, Arcos Dorados, Banorte, Copec, Chihuahua, Gruma, MallPlaza, Mercado Libre e Vesta.

(Conteúdo publicado originalmente no Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor)

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