Por G1 Rio


Atlas da Violência 2018: municípios mais e menos violentos do país — Foto: Claudia Ferreira / G1

Queimados, na Baixada Fluminense, é o município brasileiro que teve a maior taxa de mortes violentas em 2016. Foram 134,9 a cada 100 mil habitantes, segundo levantamento publicado pela edição do "Atlas da Violência 2018: políticas públicas e retratos dos municípios" nesta sexta-feira (15). Ainda no Rio de Janeiro, a cidade de Japeri, também na Baixada Fluminense, aparece em segundo lugar com 95,5 mortes a cada 100 mil habitantes.

De acordo com o estudo, o conceito de mortes violentas envolve a soma de agressões, intervenções legais e mortes violentas com causa indeterminada, tomando como referência o município de residência da vítima.

O levantamento foi feito nos municípios com população superior a 100 mil habitantes. Os números foram analisados por pesquisadores do Ipea e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública com base nos dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM/MS).

O município de Japeri, na Baixada Fluminense, também teve uma das taxas mais altas do país: foram 95,5 casos de homicídios e mortes violentas com causa indeterminada a cada 100 mil habitantes.

Entre os 123 municípios que respondem por 50% das mortes violentas no país, 18 são do Rio de Janeiro.

Entre os 123 municípios que respondem por 50% das mortes violentas no país, 18 são do RJ — Foto: Cláudia Peixoto / Arte G1

RJ é o estado que registrou mortes por intervenção policial

No início de junho, dados do Atlas da Violência 2018 também mostraram que o Rio de Janeiro foi o estado da Federação que mais registrou mortes decorrentes de intervenções policiais - os “autos de resistência”, termo hoje em desuso. Foram 3.301 óbitos nessas condições entre 2006 e 2016, ou um a cada 30 horas.

Pior taxa em dez anos

De 2006 a 2016, segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, 62.136 pessoas foram mortas no Estado do Rio. Em números absolutos, o RJ só perde para SP, mas aparece como o 13º mais violento quando se comparam as taxas por 100 mil habitantes.

De acordo com o coordenador da pesquisa, Daniel Cerqueira, o Estado do Rio de Janeiro acompanha uma tendência nacional de aumento do número de casos de homicídios.

“É um processo que já vem da década de 80, quando [a taxa] cresceu com grande intensidade; ela diminuiu nos anos 90 e 2000 e nos últimos quatro ou cinco anos toma de novo um impulso. Nos últimos dez anos, a taxa de homicídios cresceu 14% ao anos", explicou Daniel.

A pesquisa destaca que problemas relacionados à corrupção no estado, além da falta de investigações e deficiências na formação dos agentes, agravariam a situação.

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