A necessidade de isolamento pra se evitar o contágio por coronavírus mudou a forma como as pessoas estão trabalhando, se divertindo e até usando o smartphone. Uma pesquisa feita pela Navita, uma empresa de softwares corporativos, mostrou que os downloads de aplicativos de produtividade quase triplicaram em 2020 ante 2019. A alta foi de 189%. Já entre os aplicativos de comunicação, o aumento no número de downloads cresceu 251%. O levantamento foi feito com base em 20 mil smartphones e tablets.
Na comparação mensal, os downloads de apps de produtividade vêm crescendo de forma ascendente. Foram 897 em janeiro e 1.019 em fevereiro. Já em março, quando muitas empresas começaram a aderir ao regime de home office, os downloads subiram para 1.085. Em abril, mês em que a maioria desses trabalhadores ficou inteiro em casa, o número saltou para 5.576. Na primeira semana de maio, já havia sido registrado 2.022 downloads desses apps.
A trajetória foi parecida com os apps de comunicação. Foram 465 downloads em janeiro, 700 em fevereiro, 1.080 em março e 2.499 em abril. Na primeira semana de maio, esse número já havia saltado para 3.227.
Do lado oposto, os apps de jogos, que lideravam com folga o número de downloads em 2018 e 2019, tiveram queda em 2020. Neste ano, foram 4.227 downloads; no ano passado eram 8.451 e no ano retrasado, 12.333.
Os apps mais baixados da categoria produtividade, segundo a pesquisa, foram: o leitor e editor de documentos Adobe Acrobat; o criador de apresentações PowerPoint; o pacote Office Mobile; o leitor de e-mails Outlook; o editor de texto Word; o editor de textos OneNote; o Power BI, usado para análise de dados; o criador de planilhas Excel; a versão corporativa do WhatsApp, chamada de WhatsApp Business e o gerenciador de arquivos WinZip.
Já na categoria comunicação foram: WhatsApp; Duo; Microsoft Teams; Messenger; Skype; Zoom; Telegram; Google Meet; Gover e Hangouts.
Segundo o levantamento, os aplicativos mais baixados em maio foram: WhatsApp; Google Duo; Facebook Messenger; Microsoft Teams; Telegram e Zoom.
Para Vanessa Cepellos, pesquisadora do Núcleo de Estudos em Organizações e Pessoas da FGV EAESP, o uso desses apps é importante no período de home office. No entanto, é preciso haver um equilíbrio. "Se o profissional fica olhando coisas do trabalho nesses aplicativos a toda hora, atualizando coisas, ele pode acabar trabalhando mais horas do que faria no escritório e se cansando mais do que o normal e aí, ter o efeito contrário: ele fica menos produtivo", afirma a professora.
Para ela, é preciso que o profissional se organize, de modo a ter bem claro quais são as horas em que ele está disponível para trabalhar e quais são os momentos de folga. "No home office, podemos acabar trabalhando muito mais tempo. Então, é preciso determinar bem sua rotina", afirma.