Por Adriana Justi, G1 PR — Curitiba


Vídeo mostra histórias de pessoas que deixaram o interior do PR em busca de crescimento

Vídeo mostra histórias de pessoas que deixaram o interior do PR em busca de crescimento

Deixar uma vida tranquila em uma cidade do interior em busca de novas oportunidades na "cidade grande" nem sempre é uma missão tão simples. Em muitos casos, a decisão envolve família, dinheiro e, acima de tudo, coragem para começar do zero.

Nesta quinta-feira (29), dia em que Curitiba completa 325 anos, o G1 traz a história de pessoas que não pensaram duas vezes em tomar essa atitude e que gostaram tanto da capital que não pensam mais em voltar. Assista ao vídeo acima.

Família ficou para trás

Laurentina deixou a cidade de Siqueira Campos quando tinha 16 anos — Foto: Adriana Justi/G1

Prova de que não foi nada fácil, é a história de Laurentina Francisca da Silva Rodrigues, de 57 anos. Ela saiu de Siqueira Campos, no norte pioneiro, para a capital na década de 70, quando tinha 16 anos.

"Eu decidi deixar a minha vidinha lá para tentar uma vida nova, diferente. Porque lá nós não tínhamos condições de sobrevivência, até. Então, eu vim morar aqui tentando uma vida melhor", lembrou.

Laurentina contou ainda que deixou para trás muita saudade, já que parte da família permaneceu na cidade. "Eu vim praticamente sozinha morar com meu irmão, que já era recém-casado", lembrou.

Ao longo dos anos, Laurentina casou, começou a estudar do zero e conseguiu um emprego. Atualmente, ela trabalha como técnica de enfermagem na Santa Casa de Curitiba, conseguiu comprar uma casa própria e mora no bairro Alto Boqueirão. Nas horas vagas, ela faz artesanato e se dedica à família.

"Eu acho que se eu tivesse ficado no interior, não tinha tido tantas oportunidades. Aqui, em Curitiba, a nossa vida ficou bem melhor", destacou a paranaense.

De operador de máquinas a empresário

Eliel tem 32 anos e veio para Curitiba graças a um convite de um amigo — Foto: Adriana Justi/G1

Eliel Siqueira Chagas, de 33 anos, também veio para Curitiba em busca de uma vida melhor. Ele morava em Andirá, norte do Paraná, como operador de máquinas e deixou a cidade de mala e cuia para a capital, em 2008. A proposta de mudança de vida veio do amigo Eli Lopes, que já tinha se mudado para a capital, e ofereceu emprego para o amigo.

"Como eu estava passando muitas dificuldades no norte do Paraná, ele me perguntou se eu tinha vontade de mudar para a cidade grande. Eu pensei, pensei, e disse pra ele, em um primeiro momento, que não, mas que se tivesse uma oportunidade boa, eu iria", contou Eliel.

Eliel lembrou que de tanto que o amigo insistiu, ele acabou aceitando a proposta. "No começo não foi fácil. Eu não tinha muita condição e tive que dividir um frete de um caminhão que levava carga de limão para a Central de Abastecimento do Paraná (Ceasa) para viajar junto", lembrou.

Após chegar à capital, Eliel trabalhou no hortifruti de Eli por oito anos. Os primeiros dias, lembra ele, foram muito complicados, principalmente porque ele morava em uma casa sem luz e sem água. "Com o tempo, as coisas foram se ajeitando, e a minha esposa também conseguiu um emprego", ressaltou.

Em 2016, Eliel teve a oportunidade de abrir uma quitanda, no bairro Cajuru.

"Graças a Deus hoje eu sou dono do meu próprio negócio. Tenho uma família maravilhosa, tenho funcionários, e consegui comprar o meu carro e minha casa própria. Com certeza, Curitiba me trouxe muita sorte. Já me considero, inclusive, um curitibano", comemorou o empresário.

Eliel deixou a vida difícil que levava em Andirá, no norte do Paraná, junto com a esposa Cláudia para tentar uma nova vida na capital — Foto: Adriana Justi/G1

A ideia que mudou a vida de paranaense

Roderlei Alessi começou com uma pequena loja de tintas e atualmente tem uma rede de lojas no Paraná — Foto: Giuliano Gomes/PR Press

Roderlei Carlos Alessi, de 51 anos, viu no trabalho em em uma retificadora de Goioerê, no noroeste do Paraná, uma ideia que poderia mudar a vida dele. "A empresa era filial de Campo Mourão e eu observei uma oportunidade de montar um negócio com tintas. Percebi que vinha muito desse material para Goioerê", lembrou.

Foi então que, em 1989, ele abriu uma pequena loja de tintas, mas não viu oportunidade de crescimento. Oito anos depois, em 1997, Roderlei decidiu vender um pequeno sítio que tinha na cidade e mudou-se para a capital em busca de crescimento.

"Quando eu cheguei em Curitiba, não tive acesso de graça nem a um copo d'água. Vi uma realidade diferente do interior, onde tudo era pago. Tive que me virar e trabalhar muito. Posso dizer que, apesar de não ter vendido a minha loja em Goioerê, tive que começar do zero para montar outra na capital", contou Roderlei.

Atualmente, Roderlei, que se tornou empresário, garante emprego para mais de trezentos funcionários diretos e indiretos.

"Eu atribuo o meu crescimento à vinda para Curitiba, com certeza", destacou o empresário.

Veja dados da prefeitura sobre a capital

Terceira cidade mais procurada para eventos e negócios no Brasil

Curitiba é a terceira cidade brasileira com maior procura para eventos e negócios, diz pesquisa — Foto: Giuliano Gomes/PR Press

Uma pesquisa divulgada Ministério do Turismo, em agosto do ano passado, mostrou que Curitiba é a terceira cidade brasileira com maior procura, também, de estrangeiros para negócios ou eventos.

Segundo a Associação Brasileira de Viagens Corporativas (Abracorp), o turismo de negócios movimentou R$ 5,51 bilhões no primeiro semestre de 2017.

Saúde

Há três anos, a capital não registra transmissão de HIV de mãe para filho — Foto: Luiz Costa/SMCS

Há três anos, a capital não registra transmissão de HIV de mãe para filho, segundo dados divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, no final do ano passado.

A transmissão, denominada vertical, ocorre em 45% dos casos quando não há intervenção alguma, ainda conforme a secretaria.

A mortalidade infantil em Curitiba é uma das menores do país, conforme a administração municipal. Em 2017, a taxa fechou em 8,3. Num levantamento realizado em 2016, com dados do DataSus, verificou-se que Curitiba tinha a segunda menor taxa do Brasil, entre as capitais, com 8,7, atrás apenas de Florianópolis.

Investimento

Curitiba — Foto: Giuliano Gomes/PR Press

Em 2017, 1,7 bilhão foi investido na capital – a maior aplicação de receitas em saúde na história do município, conforme a prefeitura. Em 2017, Curitiba aplicou 22,01% das receitas municipais em saúde, superior aos 15% exigidos pela lei, ainda de acordo com a prefeitura.

Educação

Mais de 140 mil estudantes estão matriculados em 185 escolas municipais — Foto: Giuliano Gomes/PR Press

Mais de 140 mil estudantes estão matriculados em 185 escolas municipais, 218 Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) e oito Centros Municipais de Atendimento Educacional Especializado.

Ao todo, 17 mil funcionários atuam na rede municipal de ensino para atender a esse público. Conforme a prefeitura, no ano passado foram investidos R$ 4,5 milhões no setor.

Transporte

Frota operante na capital tem mais de 1,2 mil ônibus — Foto: Giuliano Gomes/PR Press

O modelo de transporte público da capital serviu de exemplo para mais de 80 países, segundo a prefeitura. Ao todo, são 1.280 veículos operantes na capital.

O prefeito de Curitiba Rafael Greca (PMN) afirmou, em dezembro do ano passado, que as tarifas de ônibus em Curitiba devem ser mantidas no mesmo patamar ao longo de 2018.

Atualmente, o valor da tarifa dos ônibus comuns custa R$ 4,25.

Meio ambiente

Curitiba possui grande extensão de área verde — Foto: Giuliano Gomes/PR Press

A área verde de Curitiba possui extensão de 101.634876 m2 / 60 m2 por habitante com 320 mil árvores, 27 parques, 16 bosques e 1032 praças. Além de 21 reservas particulares do patrimônio natural municipal.

Turismo

Linha Turismo de Curitiba circula nos principais pontos turísticos de Curitiba — Foto: Giuliano Gomes/PR Press

A Linha Turismo circula nos principais pontos turísticos de Curitiba. Com ela, é possível conhecer os parques, praças e atrações da cidade percorrendo cerca de 45 quilômetros em cerca de três horas.

O valor do passe é de R$ 45 e permite um embarque e mais quatro reembarques. Crianças até 5 anos não pagam a tarifa. Os usuários podem descer nos pontos em que preferir e embarcar em outro ônibus da linha.

O roteiro começa na Praça Tiradentes, mas é possível iniciar o trajeto em qualquer um dos pontos do trajeto.

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