Por Arthur Guimarães, G1 Rio e TV Globo


De São Paulo, Fabrício Queiroz foi levado para o Rio de Janeiro, onde está preso

De São Paulo, Fabrício Queiroz foi levado para o Rio de Janeiro, onde está preso

A investigação que levou à prisão, nesta quinta-feira (18), de Fabrício Queiroz, revela que o ex-assessor e ex-motorista de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) pagou em dinheiro mensalidades das filhas do hoje senador – na época deputado estadual.

Segundo apurou a TV Globo, o cruzamento de vídeos com outros indícios – datas, horários e valores – comprovam que Queiroz realizou os pagamentos no banco. Foram dois títulos nos valores de R$ 3.382,27 e R$ 3.560,28, pagos no dia 1º de outubro de 2018.

Decisão judicial aponta pagamentos de mensalidades das filhas de Flávio Bolsonaro por Queiroz — Foto: Reprodução/TV Globo

Queiroz foi assessor de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e é investigado e teve a prisão preventiva decretada por suspeita de participação em um esquema esquema de "rachadinha". Segundo a investigação, funcionários de Flávio, então deputado estadual, devolviam parte do salário, e o dinheiro era lavado por meio de uma loja de chocolate e através do investimento em imóveis.

O pagamento das mensalidades seria mais um indício de que a arrecadação do salário dos servidores do gabinete chegava até o próprio parlamentar.

"A análise de suas atividades bancárias permitiu ao GAECC/MPRJ comprovar que Fabrício Queiroz também transferia parte dos recursos ilícitos desviados da Alerj diretamente ao patrimônio familiar do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, mediante depósitos bancários e pagamentos de despesas pessoais do parlamentar e de sua família", diz trecho da decisão .

Câmera de segurança de banco dentro da Alerj registrou, em 1º de outubro de 2018, às 10h21, Queiroz fazendo pagamentos em dinheiro de dois títulos bancários — Foto: Reprodução/TV Globo

Queiroz no momento da prisão, em Atibaia (SP) — Foto: Bom Dia Brasil

Os investigadores acreditam que Queiroz era uma espécie de operador financeiro de Flávio Bolsonaro, que nega qualquer irregularidade.

Queiroz é amigo da família Bolsonaro desde a década de 80 e e foi chefe de gabinete de Flávio na Alerj. Ele trabalhou com o então deputado até ser exonerado em outubro de 2018, época da eleição presidencial de Jair Bolsonaro.

Movimentação de R$ 1,2 milhão em 2016 e 2017

Caso Queiroz: MP descobriu depósitos de quase R$ 3 milhões na conta do ex-assessor

Caso Queiroz: MP descobriu depósitos de quase R$ 3 milhões na conta do ex-assessor

O procedimento investigatório criminal do Ministério Público Estadual do RJ que apura as irregularidades envolvendo Queiroz na Alerj chegou a ser suspenso por decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, após pedidos de Flávio Bolsonaro em 2019.

As investigações envolvem um relatório do Coaf, que apontou operações bancárias suspeitas de 74 servidores e ex-servidores da Alerj. Recursos usados para pagar funcionários na Alerj voltavam para os próprios deputados estaduais.

A movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta de Queiroz ocorreu, segundo as investigações, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, incluindo depósitos e saques.

Prisão em São Paulo

Conheça os bastidores da investigação que levou à prisão de Fabrício Queiroz: ‘Parecia ref

Conheça os bastidores da investigação que levou à prisão de Fabrício Queiroz: ‘Parecia ref

Queiroz foi preso em Atibaia, interior de São Paulo, em um imóvel de Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro.

Na quarta-feira, Wassef estava no Palácio do Planalto, na cerimônia de posse do ministro das Comunicações.

PRISÃO DE FABRÍCIO QUEIROZ

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!