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SEGUNDA, 11/12/2017, 01:10

Chance de jovem negro ser assassinado no Brasil é quase três vezes maior do que de jovem branco

Pela primeira vez, pesquisa analisa dados de gênero e revela que as mulheres negras também estão mais expostas à violência que as mulheres brancas.

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Chance de jovem negro ser assassinado no Brasil é quase três vezes maior do que de jovem branco (Crédito: Cléber Júnior / Agência O Globo)

Chance de jovem negro ser assassinado no Brasil é quase três vezes maior do que de jovem branco

Crédito: Cléber Júnior / Agência O Globo

Por Felipe Igreja

O risco de um jovem negro ser vítima de homicídio é quase 3 vezes maior que o de um jovem branco, na mesma faixa etária. No Brasil, 23 mil pessoas negras entre 15 e 29 anos morrem todos os anos e o homicídio é a principal causa de morte.

Os números fazem parte do Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência, feito pela Unesco no Brasil e pela Secretaria Nacional da Juventude.

A base da pesquisa são dados de 2015 do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

É a primeira vez que a pesquisa analisa dados de gênero e mostra que as jovens negras também correm mais risco maior de serem assassinadas que as jovens brancas.

São mais de duas vezes a mais. E isso ocorre em quase todos os estados: em 24 das 27 unidades da Federação, a chance de um jovem negro, seja do sexo masculino ou feminino, ser vítima de violência é maior.

Só três estados não repetem essa realidade: no Paraná, as vítimas brancas superam as negras, no Tocantins o riscos é praticamente igual e em Roraima não houve registro de morte de jovem branco no período, o que impede a comparação.

Já em Alagoas, um jovem negro tem quase 13 vezes mais chances de morrer assassinado do que um branco.

O índice analisa ainda dados de mortalidade por acidentes de trânsito e indicadores sociais, incluindo dados de 304 municípios com mais de 100 mil habitantes.

Vinte e uma cidades foram classificadas na categoria vulnerabilidade muito alta, sendo Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco, a cidade onde a juventude se encontra mais suscetível à violência.

O relatório está sendo lançado por ocasião do Dia dos Direitos Humanos, celebrado em 10 de dezembro, e no âmbito da campanha Vidas Negras, pelo fim da violência contra jovens negros.

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