Rio

Relatório das contas de Crivella revela que mais da metade das escolas está em condições precárias

Auditores do TCM constataram no ano passado que, de 194 unidades, 112 estavam em más condições. Prefeito tem prazo de 30 dias para responder questionamentos
Prefeito Marcelo Crivella Foto: Armando Paiva/Raw Image / Agência O Globo
Prefeito Marcelo Crivella Foto: Armando Paiva/Raw Image / Agência O Globo

O estado precário das escolas da prefeitura também é alvo do relatório do Tribunal de Contas do Município (TCM), que começou a ser votado ontem. Os auditores constataram no ano passado, em pesquisa feita por amostragem em 194 unidades, que 57,4% delas (112) estavam em más condições. Em geral, nesses casos, os técnicos consideram prédios com infiltrações e janelas quebradas ou sem infraestrutura para receber alunos em sala de aula. Mas a aparência feia e a parte física deteriorada não foram os únicos problemas encontrados na rede pública do Rio. O documento ainda chama atenção para o fato de os estudantes estarem perdendo tempo precioso de aprendizado: em 2017, eles tiveram 1.576 tempos sem aula por semana, o que dá, em média, menos 8,2 tempos de aula por escola. A segurança foi outro ponto que não passou pelo crivo. De todas as escolas, apenas uma tinha laudo do Corpo de Bombeiros em dia.

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O descaso com a educação é apenas uma das muitas questões levantadas pela análise das contas da prefeitura em 2017 feita pelo TCM. Ontem, numa sessão marcada por discussões entre conselheiros, ficou decidido, por cinco votos a zero, que o prefeito Marcelo Crivella terá 30 dias — e não 15 como havia sido cogitado inicialmente — para responder a todas as dúvidas do tribunal. Como O GLOBO antecipou anteontem, o conselheiro-relator do processo, Nestor Rocha, constatou que o primeiro ano de gestão de Crivella foi marcado por um déficit orçamentário de R$ 1,6 bilhão. Essa é a principal crítica à gestão do prefeito, que não teria adotado medidas para minimizar as dificuldades de caixa provocadas pela queda na arrecadação.

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