Por G1


Jeanine Áñez dá entrevista em La Paz, em 14 de novembro de 2019 — Foto: Marco Bello/Reuters

A Rússia reconheceu Jeanine Áñez como presidente interina da Bolívia até a eleição de um novo líder, embora não considere "legítimo o processo" de saída de Evo Morales do poder, declarou o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Riabkov, nesta quinta-feira (14).

"Está claro que é ela (Jeanine Añez) quem será considerada líder da Bolívia até a eleição de um novo presidente", disse Riabkov, citado pela agência de imprensa pública RIA Novosti.

"Não se trata de reconhecer o que aconteceu na Bolívia como um processo legítimo", disse a porta-voz da diplomacia russa Maria Zajarova, que lembrou que Moscou já havia descrito a situação como um "golpe de Estado".

"Nada mudou na posição da Rússia sobre esse assunto", acrescentou.

"A situação permanece tensa e há risco de novas complicações", estimou em sua reunião semanal com a imprensa.

"A Bolívia precisa de calma, a partir de um diálogo pacífico, é importante restaurar o funcionamento das instituições públicas no campo constitucional", disse Zajarova, que apelou que "todos os membros da comunidade internacional tenham uma política responsável" a respeito.

O governo brasileiro reconheceu Añez como presidente interina da Bolívia nesta quarta, saudando em nota "sua determinação de trabalhar pela pacificação do país e pela pronta realização de eleições gerais".

'Beira do caos'

Já o presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira que a Bolívia está à beira do caos e que há um vácuo de poder no país após a renúncia de Evo Morales. Falando a jornalistas em Brasília, após cúpula dos Brics -- formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul --, Putin disse esperar que seja quem for a assumir o poder na Bolívia mantenha a cooperação do país com Moscou.

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