Política Eleições 2008

Jurema Batista, candidata a vereadora pelo PT

RIO - Jurema Batista, de 50 anos (número 13663), começou sua carreira política como presidente da Associação de Moradores do Andaraí, em 1979. Professora de português e literatura, participou da criação do Partido dos Trabalhadores no Rio, no início da década de 80. De lá para cá, foi eleita três vezes vereadora pelo PT, a primeira em 1992. Em 2002, Jurema foi eleita deputada estadual. Durante seu mandato na Assembléia Legislativa, presidiu a Comissão de Combate à Discriminação de Etnia, Religião e Procedência Nacional. Depois de tentar, sem sucesso, ser reeleita como deputada, Jurema foi convidada para presidir a Fundação para a Infância e Juventude (FIA) do governo do estado.

A candidata, que agora tenta voltar para a Câmara de Vereadores, repete que tem orgulho de ter participado de movimentos de combate ao racismo, de defesa das mulheres e da educação. Entre os seus projetos mais importantes, destaca o que torna gratuito para famílias pobres o teste de DNA, realizado pela Uerj. Jurema foi autora, ainda, do projeto de lei que cria o Dia de Lembrança do Holocausto, e o que mantém a Feira de Tradições Nordestinas em São Cristóvão. Em entrevista recente, ela disse ser contra o assistencialismo e admitiu perder votos por isso.

O GLOBO: Por que a senhora quer retornar à Câmara de Vereadores do Rio?

Jurema Batista : O vereador tem um dos cargos mais importantes da cidade. Temos, como vereadores, o dever de fiscalizar o Executivo municipal. Pertenço a movimentos populares e sei o quanto é importante ter no Parlamento alguém com uma visão macro da sociedade. Eu sinto que a Câmara dos Vereadores do Rio necessita de uma pessoa que tenha uma visão ampla da sociedade e que seja um fiscal do povo.

O GLOBO: Quais são as bandeiras que a senhora defende?

Jurema : Fazer leis que acabem com as discriminações, principalmente em relação ao racismo e à violência doméstica. Ter projetos para criar uma rede de proteção a crianças, adolescentes e mulheres. Isso passa também pelos conselhos tutelares, que estão muito enfraquecidos hoje.

O GLOBO: O que a senhora acha que a diferencia dos outros candidatos?

Jurema : Vereador não é para ter centro social, não é para fazer benesses. Vereador é para fiscalizar o Executivo e fazer leis de interesse público. Se a Câmara estivesse atenta ao seu papel, não teríamos um problema grave como foi o da dengue. Quero fiscalizar o orçamento municipal, para que o dinheiro atenda aos interesses da população carioca.