Operação contra corrupção na Polícia mira 48 suspeitos, entre eles dois delegados

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7 Comentários

  • dBm84
    Até que enfim conseguiram notar que a milícia da ZO (Campo Grande a Sepetiba) só conseguem atuar por causa da conivência das autoridades locais. Na verdade, não acho que notaram, não; a Intervenção é que está pressionando de todos os lados. Parabéns, general! As FFAA não gostam de "aparecer", diferentemente de policiais.
  • Bolsonaroemeupau
    Excludente de ilicitude, eu apoio! kkkkkkkkkkk.
  • Marlls
    Se forem à SEPETIBA, Rua Jerônimo, casa(LILÁS) nº 73 e casa nº 103 è tTUDO BANKER da MILICIA
  • Bolsonaroemeupau
    A tá!!! Por isso então que nunca conseguem prender o tal o Ecko...
  • Rafael dos Santos Procopio
    Por isso o MITO vem ai. não teremos mais nossos policiais presos. Desde quando se prende policial. não existe corrupção na policia isso é coisa da globo/extra.
    • Bolsonaroemeupau
      Os Bolsominions acéfalos não vão entender a ironia...

Operação contra corrupção na Polícia mira 48 suspeitos, entre eles dois delegados

Policiais com material apreendido na operação Quarto Elemento
Policiais com material apreendido na operação Quarto Elemento Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
Letícia Gasparini
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A Subsecretaria de de Inteligência da Secretária de Segurança do Rio e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), realizam, nesta quinta-feira, a segunda fase da Operação Quarto Elemento, contra a corrupção dentro da Polícia Civil. Entre os 48 denunciados, há 24 policiais civis (quatro deles já haviam sido presos), seis policiais militares, dois bombeiros, um agente penitenciário e outras 15 pessoas que atuavam como informantes ou ajudantes dos policiais. Quarenta e três mandados já foram cumpridos. Entre os alvos, estão dois delegados. A ação já apreendeu cerca de R$ 85 mil.

O delegado Rodrigo Sebastian Santoro Nunes e seu braço direito Delmo Fernandes Baptista Nunes, chefe do setor de investigações, eram considerados o mais alto escalão da organização criminosa, denominado “Administração”. Santoro se entregou na Corregedoria e negou as acusações. Ele está na polícia desde 2001 e já trabalhou em unidades como a 34ª DP (Bangu), 36ª DP (Santa Cruz), DPCA de Niterói, e Delegacia de Roubos e Furtos (DRF). Atualmente, ocupa um cargo administrativo dentro da Polícia Civil.

Outro delegado com papel importante no esquema era Thiago Luis Martins da Silva. Ele se entregou na 5ª DP (Mem de Sá). Thiago, atualmente, era o titular da Central de Garantias da Polícia Civil. Ele entrou para a Polícia em 2013 e já trabalhou na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Niterói.

Em setembro do ano passado, na primeira fase da operação, foi preso o policial civil Delmo Fernandes Baptista Nunes, que foi chefe de investigação de Rodrigo, mas já estava aposentado. Na época, ele teve a prisão revogada. Mas nesta quinta-feira, ele voltou a ser preso, em sua casa, na Barra da Tijuca.

Foi preso também em Santa Cruz o policial civil Washington Costa, suspeito de recebimento de dinheiro da milícia.

Ao todo, foram presos, até o momento, 22 policiais civis, cinco policiais militares, um agente da Seap e dois militares dos bombeiros.

DE OLHO NOS INFRATORES

Segundo o Ministério Público, o grupo buscava identificar possíveis infratores da lei e seu potencial econômico. Eram então realizadas batidas policiais contra eles, com o objetivo de flagrá-los cometendo crimes ou irregularidades administrativas.

Nesses casos, em vez de seguir a lei, os suspeitos exigiam dinheiro para não prender os infratores nem apreender as mercadorias. Segundo a denúncia, a organização criminosa fazia graves ameaças e até agredia fisicamente as vítimas. Em alguns casos, o grupo denunciado ainda se apropriava dos objetos apreendidos com os alvos, para revender depois.

Qualquer pessoa ou estabelecimento podia ser alvo do grupo. A investigação identificou extorsão contra vendedores de mercadorias piratas, ambulantes, postos de gasolina, bingos, donos de veículos clonados e comerciantes em situação irregular.

O esquema contava com os chamados informantes, que eram responsáveis por levar aos policiais denunciados informações sobre possíveis alvos. Identificada a vítima, o grupo criminoso simulava uma ação policial (o “bote” propriamente dito) para exigir pagamento e deixar de efetuar a devida prisão em flagrante. Esses informantes, a maioria não policiais, eram pagos com parte do valor obtido nas extorsões ou concussões.

De acordo com o MP, Rodrigo Santoro e Delmo Fernandes gerenciavam, fiscalizam e recebiam os lucros financeiros do grupo. A atuação de Thiago Luis ocorria quando o “bote” não era acertado no local da abordagem. O alvo então era levado para a delegacia e apresentado ao delegado Thiago Luis, que tentava convencer a vítima a pagar propina, ao dar credibilidade às ameaças feitas pelo grupo.

O esquema teve início na 34ª DP (Bangu), mas quando houve transferências dos policiais envolvidos, foi praticado na 36ª DP (Santa Cruz) e, depois na Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA) de Niterói.

SEIS PRESOS NA PRIMEIRA FASE DA OPERAÇÃO

Na primeira fase da Operação Quarto Elemento, quatro policiais civis e dois informantes foram presos. Os policiais civis Rafael Ferreira dos Santos, Carlos Tadeu Gomes Freitas Filho, Xavier Fernandes Coelho e Delmo Fernandes Baptista Nunes foram denunciados pelo Ministério Público por organização para atividade criminosa, extorsão mediante sequestro, usurpação de função pública e corrupção. Segundo a denúncia, a organização criminosa atuava impondo extremo terror. Respondem pelos mesmos crimes os informantes Fabio Rodrigo da Silva e Raphael Nonato dos Santos, conhecido como Lango.

O esquema teve início quando os policiais eram lotados na 36ª DP (Santa Cruz) e continuou após a transferência do grupo para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Niterói, a partir de maio de 2017. Em muitos casos, a vítima da extorsão era levada para o interior da delegacia, sob o pretexto de ter sido flagrada praticando algum crime. Os policiais e os informantes ameaçavam e, em alguns casos, até agrediam fisicamente as vítimas para exigir delas e de seus familiares altas quantias em dinheiro em troca de sua liberação.

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