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Por Redação Ge — São Paulo


Caster Semenya, bicampeã olímpica nos 800m — Foto: Reuters

Advogados da bicampeã olímpica dos 800m, Caster Semenya declararam que vão procurar o Tribunal Europeu de Direitos Humanos para contestar as "regras discriminatórias" que a proíbem de competir em alguns eventos por causa de taxa alta de testosterona natural.

A atleta da África do Sul já perdeu dois recursos legais contra as regulamentações do Federação Internacional de Atletismo (World Athletics), que a obrigam a reduzir seu nível de testosterona natural caso queira correr em corridas femininas de 400 metros a uma milha. Os advogados da atleta alegam que que houve uma "violação de seus direitos" e querem que o tribunal de direitos humanos examine as regras.

- Os regulamentos exigem que essas mulheres se submetam a exames físicos humilhantes e invasivos, seguidos por procedimentos médicos experimentais e prejudiciais, se desejarem competir internacionalmente em eventos femininos entre 400m a uma milha, distância exata em que Semenya se especializou - alegam os advogados de Semenya.

Semenya tem uma das várias condições conhecidas como diferenças de desenvolvimento sexual. A Federação Internacional da modalidade se referiu a ela como "biologicamente masculina", uma descrição que irritou a atleta.

- Espero que o Tribunal Europeu acabe com as violações de longa data dos direitos humanos cometidas pelo atletismo mundial contra as mulheres atletas. Tudo o que pedimos é que possamos correr livremente, de uma vez por todas- disse Semenya através de um comunicado. "

Caster Semenya na semifinal do Mundial de Londres — Foto: Reuters

Ela tem o padrão típico do cromossomo XY masculino e níveis de testosterona que são muito mais elevados do que a faixa típica feminina, diz a World Athletics. A entidade diz que isso dá a ela e a outros atletas como ela uma vantagem injusta sobre outras corredoras.

Os critérios têm sido duramente criticados, principalmente por causa das opções de "tratamento" que a entidade oferece para permitir que os atletas afetados possam competir: tomar pílulas anticoncepcionais diariamente, usar injeções bloqueadoras de hormônios ou fazer cirurgia.

A World Athletics, que até então era nominada IAAF, anunciou em 2018 que iria introduzir regras para este assunto. Semenya recorreu e perdeu na Corte Arbitral do Esporte no ano seguinte. Ela também perdeu um segundo recurso para o Tribunal Federal Suíço no ano passado - este segundo caso levado a recurso no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.

- Caster pede ao Tribunal que conclua que a Suíça falhou em suas obrigações de protegê-la contra a violação de seus direitos sob a Convenção Europeia de Direitos Humanos - emendaram seus advogados.

Francine Niyonsaba, de Burundi, no Campeonato Mundial indoor de 2018 — Foto: Tony Marshall/Getty Images

Por causa de sua recusa em reduzir sua testosterona natural, Semenya foi impedida de correr a prova dos 800m desde 2019. Ela não é a única atleta afetada. Duas outras medalhistas olímpicas da África, Francine Niyonsaba do Burundi e Margaret Wambui do Quênia, disseram que também estão sujeitas às regras e disseram que se recusariam a se submeter a intervenção médica para reduzir seus níveis de testosterona.

Não se sabe se o Tribunal de Direitos Humanos seria capaz de ouvir o caso de Semenya antes das Olimpíadas de Tóquio, que podem ser as últimas de Semenya.

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