Vida

Jout Jout, a youtuber e ex-tímida que virou cronista de uma geração

Jout Jout, a youtuber e ex-tímida que virou cronista de uma geração

Ao falar da vida de forma leve e clara, ela tornou-se uma das youtubers mais populares do país

LIKA RODROL E NINA FINCO
10/06/2016 - 15h55 - Atualizado 10/06/2016 16h49
Jout Jout (Foto: Julia Rodrigues/Cachalote/ÉPOCA)

É difícil de acreditar que uma das youtubers mais famosas, divertidas e carismáticas da vez tinha vergonha de mostrar os textos que escrevia até mesmo para o namorado. Em maio de 2014, Julia Tolezano criou o canal Jout Jout Prazer depois de muita insistência de Caio, seu parceiro de vida e de profissão. “No início, era um projeto pessoal. Eu tinha de vencer meu medo de críticas”, diz. Dois anos depois, Jout Jout, como ficou conhecida, possui mais de 858 mil inscritos em seu canal, seus vídeos reúnem quase 97 milhões de visualizações e ela acaba de lançar o livro Tá todo mundo mal (Cia. das Letras, 200 páginas, R$ 29,90).

Jout Jout caiu nas graças do público depois da divulgação do vídeo Não Tira o Batom Vermelho, há um ano. O vídeo direto da youtuber sobre relacionamentos abusivos rendeu mais de 2 milhões de visualizações e muitos comentários. “Eu levanto a bandeira do feminismo, da igualdade de todas as formas”, diz. “Sou hétero, mas respeito a comunidade gay. Você tem de respeitar o próximo independentemente de como ele é ou se identifica. Levanto a bandeira que reúne todas as bandeiras.”

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Vale tudo nos vídeos: desde confessar estar viciada no hit “Sorry”, de Justin Bieber, até temas mais sérios e polêmicos, que fazem refletir, como quando se junta a seu amigo, o ator Gabriel Estrëla, e discute preconceitos que envolvem o vírus HIV. Jout Jout também está em dia com as notícias mais preocupantes da atualidade. No último dia 27, ela postou o vídeo Aprende a Respeitar, pautado pelo caso de estupro coletivo que ocorreu no Rio de Janeiro. Jout Jout explicou, com seu característico jeito simples e didático, o que é a cultura do estupro e aproveitou para convocar seus seguidores a participar das manifestações Por Todas Elas, que aconteceram no dia 1º de junho em diversas cidades do Brasil.

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Seja qual for o assunto, Jout Jout segue a mesma dinâmica. Não tem um cenário fixo. Em seus 206 vídeos publicados até agora, ela já gravou na sala, no quarto, na cozinha e até em estação de metrô. Ela fala tudo de improviso, sem roteiro. Seu jeito acelerado é o que confere, muitas vezes, um toque de humor aos vídeos. Ela conversa com o público (e, na maioria das vezes, com seu namorado, Caio, que fica atrás da câmera) e faz constantes pausas, como quem espera a resposta do espectador, antes de lançar seu bordão: “Tá bem? Então, tá bem”.

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Assim como todos os youtubers famosos que pipocaram nos últimos tempos e viram a fama chegar num clique, Jout Jout não tem certeza do porquê do sucesso. “Acho que é falar das coisas da vida de forma leve e clara”, diz. “E tem de ser fácil de entender. Eu já usei brinquedo de criança, para ser bem didático.” Jout Jout é a voz de uma geração que cansou de discutir assuntos importantes seguindo a cartilha professoral – e sem graça – das escolas. Ela mostra que é possível aprender  de forma leve e mudar o mundo ao som do riso fácil.

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JoutJout (Foto: ÉPOCA)







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