Por Globo Rural


Parceria entre pesquisadores e extrativistas ajuda a melhorar renda com a castanha no Acre

Parceria entre pesquisadores e extrativistas ajuda a melhorar renda com a castanha no Acre

No Acre, um trabalho em conjunto faz com que a comunidade seja capacitada e melhore a geração de renda com o cultivo da castanha.

A Reserva Extrativista Cazumba Iracema, no Acre, tem quase 755 mil hectares, o equivalente a 4 vezes o tamanho da cidade de São Paulo.

Parte desta área pertencia a seringueiros, que acabaram vendendo as terras após o preço da borracha cair. Fazendeiros que apostaram no cultivo da castanha também viram a produção minguar.

“A gente estava quebrando a castanha. Antes, dava um total, e aí começou a diminuir. Aí a gente pensou: o que está acontecendo? Será que é o clima? Será que é alguma coisa que está atrapalhando? Daí a gente se reuniu e apareceram os pesquisadores, e começamos a trabalhar juntos”, conta Afonso Araripe da Silva, presidente da associação de moradores.

A comunidade acabou entrando no programa de monitoramento da biodiversidade do Instituto Chico Mendes com outras instituições parceiras. O trabalho começou com a capacitação dos extrativistas para mapear as castanheiras.

Cada árvore ganhou uma placa numerada, e passou a ter o tronco medido. Os dados vão para pesquisadores. Só que as decisões são tomadas em conjunto.

A conclusão foi de que o cipó estava afetando a produtividade das castanheiras. Cortando as trepadeiras, árvores que nunca haviam dado frutos passaram a produzir, enquanto exemplares infestados por cipó acabaram morrendo.

Com as ações conjuntas, a produção subiu de cerca de 350 a 400 latas para a média de 600 a 700 latas.

“Quando a gente pensa em desenvolvimento da Amazônia, ainda tem-se muito a ideia em desmatar colocar gado, desmatar colocar soja. Mas a gente tem uma riqueza natural no país muito pouco acessada pela visão grande da economia”, afirmou Cristina Tófolli, coordenadora de projetos do Ipê-Ecológica.

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