Economia

Funcionárias do McDonald's nos EUA fazem greve contra política de assédio sexual na empresa

Elas alegam que a rede não lida adequadamente com a questão em seus restaurantes
Funcionárias do McDonald's e ativistas fazem manifestação em frente à sede da rede em Chicago contra a política de combate ao assédio sexual da empresa.
Foto: SCOTT OLSON / AFP
Funcionárias do McDonald's e ativistas fazem manifestação em frente à sede da rede em Chicago contra a política de combate ao assédio sexual da empresa. Foto: SCOTT OLSON / AFP

NOVA YORK - Trabalhadores do Mcdonalds em greve e ligados ao sindicato no movimento “Luta por US$ 15”, estão exigindo que a empresa pare de buscar orientação sobre a política de assédio sexual do escritório de advocacia Seyfart Shaw, sediado em Chicago e que atualmente defende a Weinstein Co., do produtor de cinema acusado de assediar várias atrizes de Hollywood.

SAIBA MAIS:

Sem confirmação de assédio, CBS pode pagar US$ 120 milhões a ex-executivo

CEO do JD.com é solto após prisão nos EUA por suposta má conduta sexual

A paralisação de um dia afetará unidades da rede de fast-foods em dez cidades americanas e acontece após 25 mulheres registrarem queixas contra a companhia. Elas alegam que o McDonald's falhou em pôr em prática suas regra contra abusos.

LEIA AINDA :

Amazon suspende executivo por denúncia de assédio sexual

Em meio à mobilização de mulheres contra assédio, alguns temem efeito colateral indesejado

"Luta por US$ 15", uma iniciativa do Sindicato dos Funcionários de Serviços para aumentar salários e sindicalizar a indústria de fast-food, quer aumentar a conscientização também sobre o assédio sexual em algumas de suas lojas.

“Se o McDonald's leva a sério as demandas dos trabalhadores, pode começar dispensando a Seyfarth", disse Shaunna Thomas, diretora executiva do grupo de defesa das mulheres UltraViolet, em comunicado enviado por e-mail.

Duas organizações em defesa das mulheres alegaram que os trabalhadores das lojas McDonald's “enfrentam assédio sexual desenfreado”. Os trabalhadores da empresa, apoiados por esses grupos, registraram mais de uma dúzia de reclamações por assédio sexual na Comissão de Oportunidades Iguais de Emprego nos Estados Unidos (EEOC na sigla em inglês) nos últimos dois anos. As denúncias nos arquivos incluem comentários indevidos de supervisores e retaliações por se manifestarem.

O McDonald's não quis fazer comentários. Em maio, após as reclamações mais recentes da EEOC, uma porta-voz da empresa disse que “não há lugar para assédio e discriminação de qualquer tipo em nosso local de trabalho. O McDonald’s leva muito a sério as alegações de assédio sexual e está confiante de que nossos franqueados independentes, que possuem e operam aproximadamente 90% de nossos 14.000 restaurantes dos EUA, farão o mesmo”.

Na semana passada, a cadeia de fast-food anunciou que estava trazendo especialistas para ajudar a “desenvolver” sua política de assédio sexual, incluindo representantes de um grupo contra a violência sexual e da unidade de treinamento de Seyfarth Shaw. Na última década, a Seyfarth representou empresas que enfrentam reclamações por assédio sexual, incluindo a Nike Retail Services, a Domino’s Pizza e a United Continental Holdings. A empresa também está defendendo a Weinstein Co. contra uma proposta de extorsão judicial alegando que a empresa foi cúmplice na má conduta sexual do produtor de cinema Harvey Weinstein.