Economia Emprego

Crescem as opções de pós para inclusão social no Rio

Atividades físicas especiais, acesso à cultura e ênfase em autismo são alguns dos temas para se especializar
Sentidos. Uma das atividades do curso de Acessibilidade Cultural na UFRJ Foto: Divulgação/Andre Gurgel
Sentidos. Uma das atividades do curso de Acessibilidade Cultural na UFRJ Foto: Divulgação/Andre Gurgel

RIO — O mundo está mudando e minorias antes marginalizadas vão conquistando respeito. Entretanto, ainda há um longo caminho para que pessoas em condições especiais tenham voz e seus direitos respeitados — o que demanda cada vez mais profissionais especializados que possam atuar a favor deles.

Instituições têm apostado em cursos de pós-graduação que possam aperfeiçoar o conhecimento e capacitação destes profissionais. A PUC-Rio, por exemplo, lança neste ano a põs Transtorno do Espectro Autista: intervenção em múltiplos contextos.

Diante do despreparo de profissionais, especialmente professores, para atender autistas, serão capacitados psicólogos, psicopedagogos, educadores e interessados de áreas afins. Segundo a coordenadora, Mariana Seize, há perfis diferentes de alunos que procuram a pós, mas todos querem se aprofundar na parte prática.

— Há aqueles que já atuam em sua prática profissional e querem se aprimorar diante dos desafios de trabalhar com este público. E há aqueles que são recém-formados e têm interesse em se especializar nesta área em razão da crescente demanda por profissionais capacitados — explica Mariana.

Segundo ela, além da parte teórica, durante o curso os alunos oferecem atendimento a crianças autistas no Serviço de Psicologia Aplicada da PUC.

— Os alunos que fazem o atendimento são psicólogos formados e recebem supervisão de professores do curso — ressalta.

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Na UFRJ, a Especialização em Acessibilidade Cultural teve tanta procura que em julho começa a sua terceira turma.

Com duração de nove meses, gratuito e com apoio do Ministério da Cultura, o curso surgiu para ajudar profissionais que desenvolvem projetos culturais acessíveis a conhecerem mais a legislação referente ao direito cultural de pessoas com algum tipo de deficiência e, assim, ampliar a aplicação das ações propostas.

Por isso, a pós é voltada para gestores públicos, representantes da sociedade civil, professores universitários, servidores e terapeutas ocupacionais que tenham experiência com este tipo de projetos culturais.

A Celso Lisboa também tem duas pós-graduações com foco na inclusão social. Uma delas é a Tradução e Interpretação em Libras, que já existe há três anos e tem uma nova turma prevista para começar as aulas em outubro. Segundo a coordenadora do núcleo, Ludmila Schulz, o perfil dos alunos que procuram por esse curso é bem variado, com diferentes formações e idades.

— Todos podem se especializar na língua e, independentemente de sua área de atuação, podem adquirir essa vantagem competitiva em suas carreiras ou se tornarem intérpretes, garantindo renda extra em eventos.

A outra pós da Celso Lisboa é Atividade Física para Grupos Especiais. Segundo Ana Cristina Barreto, coordenadora deste curso que tem apenas um ano, a especialização nasceu em meio à discussão sobre inclusão social no país. Várias empresas estão trabalhando para se adaptar à realidade das pessoas com necessidades especiais, mas faltam profissionais de Educação Física capacitados a atendê-los.

Ambos os cursos são na unidade Engenho Novo, com aulas quinzenais aos sábados. A de libras dura 20 meses e a de atividade física, 18 meses. Para 2019, a previsão do centro universitário é lançar cursos de fisioterapia e nutrição também focados em grupos especiais.

Na linha da saúde, a Unisuam também tem uma pós específica chamada Educação Especial e Inclusão Escolar.

A especialização começou no primeiro bimestre de 2018 a partir da reflexão sobre a necessidade de as escolas atenderem bem a todos os seus alunos, inclusive os que apresentam dificuldades de aprendizagem, deficiências ou transtornos. O curso tem duração de 18 meses e as aulas da próxima turma começarão em julho.