Por Vivian Reis, G1 SP — São Paulo


Foto de arquivo mostra paulistanos pedalando na ciclovia da Marginal do Rio Pinheiros, Zona Sul da capital paulista — Foto: Valéria Gonçalvez/Estadão Conteúdo

A ciclovia da Marginal Pinheiros, na Zona Sul da cidade de São Paulo, reabre nesta segunda-feira (3), após mais de quatro meses fechada como medida de enfrentamento à pandemia do coronavírus. A estrutura ganhou melhorias, como câmeras e chuveiros, mas ciclistas cobram mais acessos ao longo de seus 21,5 km.

A ciclovia foi bloqueada no dia 21 de março. Na capital, ela e as pistas que passam por parques temporariamente interditados eram os únicos passíveis de bloqueio por terem portões.

O governador João Doria (PSDB) disse na sexta-feira (31) que, enquanto esteve interditada, a pista passou pela reforma do asfalto e da sinalização, ganhou câmeras de segurança e guardas, e foram retiradas 50 toneladas de lixo.

Ele disse ainda que a via se tornou mais acessível para ciclistas com deficiências, que os 12 banheiros ao longo do trajeto foram reformados e que na altura da estação Vila Olímpia da CPTM foi instalado um contêiner, que funciona como vestiário, com chuveiros. O banho custa R$ 16.

Faltam acessos

Ciclistas comemoraram o banho de loja que a ciclovia tem recebido, que inclui ainda a instalação de seis "vending machines" com produtos para ciclistas, e seis máquinas para recarregar celulares. Há ainda promessas de cafés, minimercados e oficinas, além da ampliação do horário de funcionamento, que hoje é das 5h30 às 18h30.

No entanto, quem pedala aponta que há problemas antigos, pendentes, como a falta de acessos. A ciclovia do Rio Pinheiros possui 21,5 km de extensão, que acompanham a linha 9-Esmeralda da CPTM, na Zona Oeste da cidade de São Paulo, e somente cinco acessos.

Eram sete, mas uma das entradas foi removida, na altura da estação Santo Amaro, e outro, na Ponte Cidade Jardim, para atender a ciclistas de alta velocidade, que foram convidados a se retirar da USP no ano passado. A Prefeitura do Campus, responsável pela gestão da Cidade Universitária, lançou o Manual de Prática de Ciclismo Esportivo, que restringiu os dias, horários e locais para os ciclistas esportivos.

"Desde a inauguração dessa ciclovia, há 10 anos, a principal demanda é por mais acessos, o que a tornaria bem mais inclusiva e utilizada. A iniciativa privada pode ajudar, mas deve se lembrar que o espaço é público, e deve ser sempre inclusivo e acessível. Será fundamental o diálogo com as pessoas coletivos e representações oficiais dos usuários interessados", defendeu Sasha Hart, pesquisador, hidrogeólogo e conselheiro da Câmera Temática da Bicicleta.

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Banho de loja

A estrutura foi privatizada em março deste ano, quando passou a ser administrada pela iniciativa privada. A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) firmou parceria por pelo menos três anos com a Farah Service, empresa especializada em revitalização de áreas urbanas, para cuidar do trecho que fica na margem direita do Rio Pinheiros.

Na ocasião do contrato, a CPTM disse que o objetivo da gestão compartilhada era trazer uma economia de R$ 5,4 milhões durante o período de contrato, que pode ser prorrogado, e explicou que se trata de doação, sem contrapartida, embora a gestora possa utilizar para propaganda o trecho, que possui média mensal de passagens de 40 mil ciclistas.

O projeto caminha junto a proposta da gestão Doria de fazer da região do Rio Pinheiros, uma Puerto Madero como de Buenos Aires, na Argentina, e inclui a ambiciosa promessa de despoluir o curso d'água até 2022.

Obras da nova ciclofaixa na Avenida Rebouças começam nesta terça (04)

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