RIO - O procurador da República Sérgio Suiama, do grupo especializado do Ministério Público Federal no Rio em meio ambiente e patrimônio histórico, requisitou hoje a abertura de inquérito na Polícia Federal para investigar as causas e apurar responsabilidade no incêndio no Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista. Suiama disse que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) estava tentando, em entendimento com os Corpos de Bombeiros de todo o país, estabelecer um conjunto de regras de prevenção e combate a incêndios em museus federais, unificando um termo de referência, mas a iniciativa estava parada, provavelmente no Jurídico do órgão, por problemas técnicos.
“É como se deixassem o Louvre ou o Museu Britânico em situação de miséria”
- Este episódio revela o descaso com que o patrimônio histórico e cultural é tratado pelas autoridades, pelo poder público e pelas pessoas em geral. É como se deixassem o Louvre ou o Museu Britânico em situação de miséria.
Sérgio Suiama, que está, interinamente, responsável no MPF por procedimento referente à estação ferroviária Barão de Mauá, também conhecida como Estação de Leopoldina, no Mangue, disse que o prédio é outro que, a qualquer momento, será destruído por um incêndio. De acordo com ele, a Leopoldina está em situação crítica, com a fiação exposta e outros problemas. No MPF, também existes procedimentos em andamento, com a mesma preocupação, para a Casa da Marquesa de Santos, na Quinta, para o Palacete de São Cornélio, no Catete, e para o Edifício Joseph Gire, também conhecido como prédio “A Noite”, na Praça Mauá.
O Rio de Janeiro tem cinco procuradores da República responsáveis pelo meio ambiente e patrimônio histórico. O procedimento relativo ao museu da Quinta estava em andamento desde 2016.
No começo da noite de 2 de Setembro, o Museu Nacional foi atingido por um incêndio que rapidamente tomou boa parte de seu prédio. A instituição, que havia acabado de completar 200 anos, abrigava 20 milhões de itens. As causas da tragédia ainda estão sendo levantadas.
Teatro Clara Nunes
O Teatro Clara Nunes, que fica no Shopping da Gávea, pegou fogo em 6 de junho de 2017. O espaço foi destruído pela chamas, que ainda estão sendo investigadas. Sete pessoas ficaram intoxicadas, mas todas sem gravidade. Reformado, o teatro reabriu sete meses depois, com o dobro de capacidade de público.
Centro Cultural do Brasil
Em 13 de maio de 2017, um incêndio no prédio do Centro Cultural do Brasil, que fica ao lado da Academia Brasileira de Letras (ABL), no Centro, mobilizou o Corpo de Bombeiros. As chamas começaram a se espalhar no setor de refrigeração, no sexto andar do edifício. Ninguém se feriu. O acervo da ABL, instituição vizinha, não foi atingido.
Teatro Municipal
Em 29 de abril de 2017, um princípio de incêndio atingiu o Teatro Municipal, no Centro do Rio. Na ocasião, homens do quartel Central foram acionados e controlaram o fogo. Tapetes e estofados foram queimados. Ninguém ficou ferido.
Teatro Villa-Lobos
Em novembro de 2011, um incêndio destruiu o Teatro Villa-Lobos, em Copacabana, na Zona Sul. O prédio segue fechado até hoje. Na ocasião, o fogo atingiu os quatro andares do prédio. Três explosões de um transformador do último provocaram o incêndio. Ninguém ficou ferido, já que o teatro estava fechado para reformas.
Em 10 de outubro de 2008, o Museu da Imagem e do Som teve um princípio de incêndio que colocou em risco seu acervo de 300 mil itens, como discos, fotos e depoimentos em áudio e vídeo. Cinco caminhões dos bombeiros foram mobilizados e conseguiram controlar as chamas.
Museu de Arte Moderna
No dia 8 de julho de 1978, um incêndio destruiu quase todo o acervo do Museu
de Arte Moderna do Rio. Cerca de mil obras foram perdidas, entre elas, duas de
Picasso. O estrago foi tamanho, que só nos anos 90 o país recuperaria a
confiança internacional para abrigar grandes mostras. Hoje, o MAM conta com
cerca de 11 mil peças.