Rio

'É como se deixassem o Louvre ou o Museu Britânico em situação de miséria', diz procurador da República

Segundo Sérgio Suiama, tentativa do Iphan de estabelecer regras de prevenção a incêndios estava parada por problemas técnicos
Um incêndio de grandes proporções atinge o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Globo
Um incêndio de grandes proporções atinge o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Globo

RIO - O procurador da República Sérgio Suiama, do grupo especializado do Ministério Público Federal no Rio em meio ambiente e patrimônio histórico, requisitou hoje a abertura de inquérito na Polícia Federal para investigar as causas e apurar responsabilidade no incêndio no Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista. Suiama disse que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) estava tentando, em entendimento com os Corpos de Bombeiros de todo o país, estabelecer um conjunto de regras de prevenção e combate a incêndios em museus federais, unificando um termo de referência, mas a iniciativa estava parada, provavelmente no Jurídico do órgão, por problemas técnicos.

“É como se deixassem o Louvre ou o Museu Britânico em situação de miséria”

Sérgio Suiama
Procurador da República

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- Este episódio revela o descaso com que o patrimônio histórico e cultural é tratado pelas autoridades, pelo poder público e pelas pessoas em geral. É como se deixassem o Louvre ou o Museu Britânico em situação de miséria.

Sérgio Suiama, que está, interinamente, responsável no MPF por procedimento referente à estação ferroviária Barão de Mauá, também conhecida como Estação de Leopoldina, no Mangue, disse que o prédio é outro que, a qualquer momento, será destruído por um incêndio. De acordo com ele, a Leopoldina está em situação crítica, com a fiação exposta e outros problemas. No MPF, também existes procedimentos em andamento, com a mesma preocupação, para a Casa da Marquesa de Santos, na Quinta, para o Palacete de São Cornélio, no Catete, e para o Edifício Joseph Gire, também conhecido como prédio “A Noite”, na Praça Mauá.

O Rio de Janeiro tem cinco procuradores da República responsáveis pelo meio ambiente e patrimônio histórico. O procedimento relativo ao museu da Quinta estava em andamento desde 2016.