Rio

'Cidades que segregam povos são violentos', diz Crivella em seminário do GLOBO

Prefeito também criticou o PAC: 'Programa de Aceleração do Custeio'
O prefeito do Rio, Marcelo Crivella: 'Cidades que segregam povos são violentas Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo
O prefeito do Rio, Marcelo Crivella: 'Cidades que segregam povos são violentas Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

RIO — O prefeito Marcelo Crivella fez uma análise da ocupação irregular do solo na cidade do Rio. Na abertura do Seminário "Regularização fundiária urbana", organizado pelo GLOBO e pelo Sebrae, ele disse que cidades que segregam parte de sua população são violentas, característica do município do Rio, observou. Em seguida, o alcaide disse que a "política cria utopias" ao criticar, de forma indireta, a gestão de seu antecessor, Eduardo Paes.

— Cidades que segregam povos são violentas, ( uma ) característica nossa. Cidades que permitem convivência com pobres e ricas são criativas. Os meus colegas da Favela do Pinto alguns foram pra Cidade Alta, outros para a Cidade de Deus e outros para a Vila Kennedy. O Leblon perdeu valor? Os pobres convivem nas calçadas, na praia, no shopping. Infelizmente, não vão para a escola juntos. A gente segrega, a gente alimenta violência. A gente não segrega, temos cidades criativas. Política cria utopias que dificilmente se cumprem. Eu sei porque assumi uma prefeitura que se endividou em R$ 7 bilhões com empréstimos customizados — disse Crivella, referindo-se ao pagamento crescente dos juros de dívida municipal.

Crivella também não poupou críticas ao governo federal ao comentar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), chamado por ele de "Programa de Aceleração do Custeio":

— No fundo, quando fizemos esse processo de desenvolvimento, deixando que prefeitos e governadores dessem poços ( de petróleo ) como garantia de empréstimos, acabamos investindo em coisas que aumentaram custeio. O PAC virou o Programa de Aceleração do Custeio.

O prefeito também criticou o BNDES. Segundo Crivella, o município do Rio aguarda a liberação de um empréstimo de R$ 100 milhões.

UPPS SÃO DE CONTÊINER POR DIFICULDADE DE CONSTRUÇÃO, DIZ PEZÃO

O governador Luiz Fernando Pezão, que também participou da abertura do seminário, justificou a construção de UPPs com contêiner pela dificuldade de construção:

— As pessoas criticam muito a omissão do Estado, e aí eu me refiro à prefeitura, ao governo estadual e federal, de que não adianta só entrar polícia. Tem que entrar escola. Vocês não imaginam o que é conseguir espaço ( em favelas ). Segundo: titular esse espaço para colocar instalações. Vai na Rocinha. Tem áreas que são do governo do estado, municipal, federal e também particular. Quando apresenta o projeto tem que ter título de propriedade para fazer obra. Precisamos fazer um grande pacto no país pelo fazer. Nas entraram os cooteniers por isso. Porque contêiner você tira.