Alunos de escola pública da área rural do DF desenvolvem projeto de "Lixo Zero" — Foto: Serviço de Limpeza Urbana do DF/ Divulgação
Os 760 alunos e os professores do Centro Educacional Agrourbano Ipê, no Riacho Fundo II, no Distrito Federal, têm um desafio a mais neste ano letivo. A escola pública é pioneira no programa “Lixo Zero”.
A iniciativa é do Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal (SLU), em parceria com a agência de cooperação do governo japonês (Jica). Ao longo de 2020, as turmas do ensino fundamental e médio irão participar de uma série de ações de educação ambiental.
O objetivo é reduzir o descarte de lixo a até 10%, a partir do máximo aproveitamento dos resíduos orgânicos e recicláveis e considerados os 90% restantes. Este programa está presente em países como Itália, Estados Unidos, África do Sul, Brasil e Japão
As atividades envolvem teoria e prática. Entre elas, estão:
- Discussões sobre coleta seletiva dentro e fora do ambiente escolar
- Reciclagem
- Reaproveitamento de materiais
- Como implantar um sistema de compostagem para transformar resíduos orgânicos em adubo
- Construção de uma horta comunitária
O que é lixo e o que é resíduo?
Lixo descartado em frente a escola pública em Ceilândia, no Distrito Federal, em imagem de arquivo — Foto: TV Globo/Reprodução
De acordo com o Serviço de Limpeza Urbana (SLU), cada morador do DF produz cerca de um quilo de lixo por dia. Parece pouco, mas fazendo as contas, se são quase 3 milhões de moradores na capital, esse "pouco" vira um amontoado de milhões de toneladas (confira abaixo).
Lixo: todo material que não tem mais utilidade, não pode ser reutilizado ou reciclado e é jogado fora.
Resíduo: todo material que entra na cadeia produtiva novamente, ou seja, é reciclável – sendo ele orgânico ou seco.
Segundo o SLU, de janeiro a setembro de 2019 foram produzidas, em média, 64 mil toneladas de resíduos domiciliares por mês.
Veja os números de algumas regiões do DF entre janeiro e setembro de 2019:
- Ceilândia: 6 mil toneladas de lixo
- Plano Piloto: 5 mil toneladas de lixo
- Cruzeiro: 600 toneladas (região com menos produção de lixo)
O que pode ser reciclado?
Separação de resíduos permite a coleta seletiva de lixo e reciclagem — Foto: Leandro Tapajós/G1 AM
Plástico: garrafas e embalagens para refrigerantes, águas, sucos, óleos comestíveis, medicamentos e cosméticos, copos, canos, embalagens de material de limpeza e de alimentos, sacos
Papel: revistas, jornais, embalegens. O papel e o papelão são os materiais mais coletados e reciclados, graças aos catadores. No Brasil, 71% do papelão é reciclado, índice superior ao dos Estados Unidos
Vidro: garrafas, copos, recipientes. O vidro é 100% reciclável, mas no DF não há empresas de reciclagem
Metal: latas de aço e de alumínio, clipes, grampos de papel e de cabelo
Como produzir menos lixo?
A doutora em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília (UnB), Izabel Cristina Zaneti destaca que é importante ter consciência para reduzir a produção de lixo. "Pequenas atitudes podem ser adotadas dentro de casa", diz ela.
"Por exemplo, basta ter apenas duas lixeiras diferentes: a de resíduo seco, e a de orgânico."
Outra questão, segundo a especialista, é aprender a reduzir o consumo e, assim, diminuir a produção de resíduos. "Depois, reaproveitar antes de colocar fora", diz ela.
Os números mostram o quão importante é reciclar os resíduos, todos eles, sem desconsiderar nenhum. — Foto: Reprodução
Três R's
A política dos três R's também é uma referência para buscar o equilíbrio. Trata-se de reduzir, reaproveitar e reciclar.
Reduzir: para diminuir a quantidade de lixo, a primeira atitude a fazer é reduzir o consumo. Antes de comprar, busque analisar se você realmente precisa daquilo, pois, além de diminuir a quantidade de resíduos, ainda é possível economizar.
Reutilizar: procure reutilizar os objetos e materiais antes de jogá-los fora. É possível encontrar novas aplicações ou utilidades para materiais antigos e trazer uma segunda vida aos produtos e materiais.
Reciclar: após tentar reduzir o consumo e reaproveitar o produto, encaminhe o material para ser reciclado, por meio da coleta seletiva. Além de ser um processo que ajuda o meio-ambiente, também é benéfico do ponto de vista social, pois gera renda para os catadores ou cooperativas.
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