Por TV Anhanguera


Criminosos se passam por pesquisadores do Ministério da Saúde para roubar dados de vítimas

Criminosos se passam por pesquisadores do Ministério da Saúde para roubar dados de vítimas

Criminosos adaptaram um golpe já conhecido para roubar contas das vítimas em aplicativos de conversa pelo celulares aos tempos de pandemia. Eles agora se passam por pesquisadores do Ministério da Saúde fazendo um 'levantamento sobre a Covid-19' para conseguir informações pessoais dos donos dos perfis e então realizar a invasão.

A servidora pública Charlyne Sueste quase foi uma destas vítimas. Ela percebeu a ação criminosa logo antes de dar aos golpista o dado que permitiria a invasão.

"Ele começou perguntando da minha profissão, com o que eu trabalhava, se eu estava trabalhando presencial ou remotamente. Se eu convivia com pessoas do grupo de risco, se eu tinha sintomas naquele momento", contou. "Ele conversava muito bem. Eu realmente acreditei que se tratava de uma pesquisa do Ministério, parecia uma pessoa instruída, preparada para aquilo".

Logo depois ela recebeu uma mensagem SMS. Em inglês, o texto diz que a conta do WhatsApp está sendo registrada em outro dispositivo e traz o alerta: não compartilhe este código com ninguém. Quando a pessoa passa a sequência de seis dígitos aos golpistas, perde acesso o aplicativo de troca de mensagens e abre as portas para os criminosos.

Após invadir a contra, os golpistas conseguem mandar mensagens para os contatos da pessoa como se fosse ela. Geralmente, eles pedem transferências em dinheiro. Sem saber que está falando com um criminoso do outro lado da tela do celular, muita gente acaba transferindo esses valores.

A comerciante Giselly Messias também recebeu a ligação. Ela percebeu que se tratava de um golpe. "Se você ceder ele vai enviar vários golpes e várias tentativas de extorsão para a sua lista de contatos".

Apesar de relatos do tipo serem cada vez mais comuna, o número de registros de crimes cibernéticos no Tocantins caiu pela metade entre 2019 e 2020. De 1.752 para 853 casos.

Ainda assim, a maior parte desses boletins de ocorrência envolve estelionato. Só em 2020 foram 578 casos do tipo. O delegado Claudemir Luiz Ferreira acredita que ainda há subnotificação já que quem é vítima de golpes assim, acaba não procurando a polícia.

Ele explica o que fazer caso seja vítima de um golpe do tipo. "Entrar em contato com o suporto do WhatsApp. Você entra em contato, informa que o seu WhatsApp foi capturado indevidamente e pede o bloqueio. Depois de alguns dias você consegue reaver a sua conta".

É importante manter sempre a atenção. Duvidar de ligações de números desconhecidos e ler bem qualquer mensagem de texto. E o principal: não repassar códigos de segurança para terceiros. No caso do WhatsApp o professor de direito e segurança na internet Cleórbete Santos tem mais uma dica. "Vai entrar nas configuração e geralmente vai ter lá 'habilitar verificação em duas etapas'. E o sistema, o Software do celular vai pedir essa nova senha".

Em nota, o Ministério da Saúde disse que não faz agendamento de qualquer tipo de vacina, nem envia códigos para celular ou emails para os usuários do SUS. E orienta a não fornecer dados e denunciar às autoridades competentes, caso a pessoa receba esse tipo de contato.

Criminosos estão se passando por funcionários do Ministério da Saúde para aplicar golpes — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

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