Bolsonaro pressiona contra CPI da Covid e aumenta risco de orçamento 'fictício' ser aprovado

A expressão foi usada em telefonema divulgado pelo próprio Kajuru em suas redes sociais. Bolsonaro reclama que a CPI é "completamente direcionada contra a minha pessoa" e pede que o alvo das investigações seja ampliado. "Se não mudar o objetivo da CPI, ela vai vir só para cima de mim", afirma o presidente. "O que tem que fazer para ser uma CPI que realmente seja útil para o Brasil? Mudar a amplitude dela. Bota governadores e prefeitos".

“Sem querer”, destaca Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, o STF (Supremo Tribunal Federal) acabou por dar abertura a mais um ponto de pressão do Centrão contra Bolsonaro, principalmente se conseguirem maioria nas comissões.

O presidente do STF, Luiz Fux, marcou o julgamento sobre a instalação da CPI da Pandemia no Senado para quarta-feira à tarde. O caso será discutido em plenário, em sessão por videoconferência.

E o que isso tem a ver com o imbróglio do orçamento "fictício" aprovado na Câmara e que espera pela sanção de Bolsonaro? "O Centrão agora tem o governo cada vez mais no corner, pois pode tanto pressionar pela aprovação do texto como está, com todas as ilegalidades e irregularidades já citadas exaustivamente, como pode depois pressionar o governo exatamente pelo texto aprovado", afirma Vieira.

Vale lembrar que a posição do mercado financeiro nessa briga é majoritariamente de expectativa por vetos que coloquem o orçamento para 2021 (já estamos na metade de abril) dentro de parâmetros exequíveis e que não coloque o teto de gastos em xeque.

No pregão de sexta-feira (9), o Ibovespa já fechou em queda (-0,54%, aos 117.670 pontos) e o dólar em alta (+1,83%; R$ 5,6745) repercutindo negativamente os embates políticos mesmo em um dia de recordes nos índices Dow Jones e S&P 500, dos Estados Unidos.

Hoje sequer há ventos positivos do exterior para tentar contaminar com algum bom humor a bolsa brasileira. Os índices futuros em Wall Street operam em queda em uma ressaca dos recordes.

Mauro Morelli, estrategista da Davos Investimentos, destaca que a China já vem retirando estímulos econômicos na China, o que leva o mercado a esperar por uma desaceleração no crescimento asiático liderado pelo país.

No Brasil, o crescimento ainda parece distante com a vacinação ainda lenta, chegando a cerca de apenas 10% da população, o que leva a pensar que o crescimento não está próximo, segundo Morelli.

No noticiário corporativo, é grande a expectativa para a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) da Petrobras, marcada para esta segunda-feira (12). A reunião de acionistas foi chamada para destituir Roberto Castello Branco e eleger o general Joaquim Silva e Luna para o conselho da estatal, pré-requisito para que o militar seja efetivado, posteriormente, como presidente da companhia.

Deve haver reclamações de acionistas, questionamentos e, eventualmente, até troca de candidatos, como mostra reportagem do Valor Econômico.

As atenções do mercado estarão voltadas para a participação do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, às 13h, em videoconferência promovida pela Secretaria-Geral Ibero-Americana e pelo Banco da Espanha.

Além disso, o Tesouro dos EUA realiza leilão de T-notes de 10 anos. Às 14h (de Brasília), saem os resultados.

A temporada de resultados internacionais do primeiro trimestre começa esta semana com a publicação, a partir de quarta-feira, dos resultados de bancos e de companhias Delta Air Lines, Alcoa e Pepsico.

As principais bolsas da Ásia fecharam em queda influenciadas pela tensão causada na China pela decisão de o regulador de mercado local de aplicar uma multa de US$ 2,8 bilhões sobre o gigante do e-commerce Alibaba.

• Os votos recebidos até o momento pela Petrobras, relativos aos votos a distância da assembleia geral extraordinária (AGE) de acionistas de segunda-feira, mostram uma rejeição dos minoritários à troca no comando da companhia e ao nome do general da reserva, Joaquim Silva e Luna. Entre os candidatos ao conselho de administração (CA), Marcelo Gasparino, nome vinculado aos investidores, saiu na frente por uma das oito cadeiras em disputa. Os votos apurados até o sexta-feira, porém, frustraram as expectativas dos minoritários, que tentam aumentar a representatividade no colegiado.
• A operadora de planos de saúde Hapvida anunciou na noite deste domingo (11) que seu conselho de administração aprovou a realização de oferta pública de distribuição primária e secundária, com lote de 133,3 milhões de ações ordinárias e a possibilidade de um lote adicional de 46,6 milhões de ações.
• Começa hoje (12) o período de reserva para pequenos investidores comprarem ações da Rio Alto Energias Renováveis antes da estreia na bolsa, prevista para 28 de abril, com o código RIOS3. O período de reserva termina em 23 de abril. A companhia é uma das maiores geradoras de energia solar fotovoltaica do Brasil.
• A Petrobras informou em comunicado que o conselho de administração aprovou a assinatura de acordo com a União, que estabelece as participações em cada contrato e o valor de compensação à Petrobras no caso de licitação dos volumes excedentes da cessão onerosa nos campos de Sépia e Atapu.
• Termina amanhã (13) o período de reserva para pequenos investidores comprarem ações da Viveo (ex-Mafra), da CM Hospitalar, antes da estreia na bolsa, prevista para sexta-feira (16), com o código VVEO3. O calendário da oferta foi alterado em função de mudanças no prospecto da oferta na seção sobre fatores de risco.
• A Petrobras concluiu a venda de sua participação de 49% na sociedade Eólica Mangue Seco 1, para a V2I Energia S.A, por R$ 44 milhões. A quantia inclui os ajustes previstos no contrato de compra e venda de ações.
• Termina amanhã (13) o período de reserva para pequenos investidores comprarem ações do Hospital Mater Dei antes da estreia na bolsa, prevista para sexta-feira (16), com o código MATD3. Fundada em 1973 e com sede em Belo Horizonte, a companhia oferece serviços hospitalares e oncológicos e tem 18% de participação de mercado dos leitos privados da capital mineira.
• Apesar do momento de instabilidade no mercado, os bancos de investimento lançaram 15 ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) somente na janela de abril. Desse total, 12 estão em andamento e podem movimentar R$ 20,5 bilhões, considerando-se a oferta base, sem lotes extras, e o ponto médio do intervalo de preço sugerido.

(Com Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor)