• Redação Galileu
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Foto de Buraco Negro ganha prêmio conhecido como o 'Oscar da Ciência'   (Foto: Event Horizon Telescope Collaboration)

Foto real de um buraco negro  (Foto: Event Horizon Telescope Collaboration)

Depois da divulgação da primeira foto já feita de um buraco negro no início de 2019, astrônomos da NASA revelaram uma simulação criada do fenômeno. Nela é possível observar como a força gravitacional atua nos arredores do evento.

A imagem divulgada pela agência espacial mostra como a matéria se acumula ao redor do buraco negro em uma estrutura fina e quente chamada de disco de acúmulo. Isso ocorre porque, como são corpos extremamente densos que "sugam" tudo o que existe nas vizinhanças, esses fenômenos têm o poder de distorcer até mesmo a luz, o que produz essa aparência deformada presente na simulação.

Imagem foi feita graças à primeira foto capturada de um buraco negro, em abril de 2019 (Foto: NASA’s Goddard Space Flight Center/Jeremy Schnittman)

Imagem foi feita graças à primeira foto capturada de um buraco negro, em abril de 2019 (Foto: NASA’s Goddard Space Flight Center/Jeremy Schnittman)

As diferenças visíveis, como as partes mais brilhantes, por exemplo, podem ser explicadas pelo campo magnético existente ao redor do evento cósmico. Isso porque, à medida que um determinado gás se aproxima do buraco negro, sua velocidade de órbita aumenta, causando a diferença entre as faixas de luz mais claras e escuras.

Já o fato de o lado esquerdo da imagem ser mais brilhante que o direito é mais uma prova de que Einstein estava certo ao descrever a Relatividade Geral. Como explicaram os especialistas da NASA, os gases se movem mais rapidamente quando estão mais perto da Terra, o que torna sua visualização mais fácil, pois emitem mais luz. Ou seja, se o buraco negro fosse observado de frente, essa assimetria desapareceria.

Enquanto isso, o anel de luz ao redor do horizonte de evento está mais forte porque seus fótons vêm da parte traseira do buraco negro. Entretanto, como a gravidade é muito intensa, a distorção do espaço-tempo causa também um desvio no caminho da luz ao redor do fenômeno.

A imagem, criada pelo astrofísico da NASA Jeremy Schnmittman, ainda mostra feixes de luz horizontais. Segundo ele, tais fenômenos são formados pela matéria que, lentamente, é puxada pelo campo gravitacional do buraco negro e acaba sendo sugada pelo evento.

"Simulações e filmes como esses realmente nos ajudam a visualizar o que Einstein quis dizer quando disse que a gravidade distorce o tecido do espaço e do tempo", disse o especialista em comunicado. “Até muito recentemente, essas visualizações eram limitadas à nossa imaginação e programas de computador. Eu nunca pensei que seria possível ver um buraco negro real ".

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