A China teria escondido a extensão da epidemia do novo coronavírus no país, subnotificando o total de casos e mortes relacionadas à doença, concluíram órgãos de inteligência dos Estados Unidos em um relatório enviado à Casa Branca, segundo três fontes do governo ouvidas pela agência Bloomberg.
As fontes pediram para não ser identificadas e não deram detalhes do conteúdo do relatório. A essência do documento, contudo, indicaria que os boletins divulgados por Pequim eram intencionalmente incompletos. Dois dos funcionários americanos afirmaram à Bloomberg que a conclusão é que os números chineses são falsos.
O relatório teria sido enviado à Casa Branca na semana passada. Publicamente, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, já acusou a China de promover uma “campanha de desinformação” sobre a covid-19, de não ter informado o mundo com antecedência sobre a gravidade da epidemia e, em reiteradas ocasiões, pediu transparência a Pequim.
Primeiro epicentro da pandemia, a China registrou até o momento cerca de 82 mil casos da doença e 3,3 mil mortes. Os números são muito inferiores aos dos EUA, onde mais de 4 mil pessoas morreram e quase 200 mil foram infectadas pelo vírus, segundo a Universidade Johns Hopkins.
Desde o início da crise, a China revisou várias vezes a metodologia usada para contabilizar a quantidade de pessoas infectadas no país, o que levantou dúvidas sobre a confiabilidade das informações divulgadas.
Na terça-feira, o país passou a incluir casos assintomáticos na contagem. Somente em um dia, 1,5 mil pessoas que testaram positivo para a covid-19 mas não apresentaram sintomas da doença foram incluídas no balanço da Comissão Nacional de Saúde da China (NHC, na sigla em inglês).