Por G1


Dési Bouterse, presidente do Suriname, em foto de 27 de julho de 2019 — Foto: Ranu Abhelakh/Arquivo/Reuters

O presidente do Suriname, Dési Bouterse, foi condenado a 20 anos de prisão nesta sexta-feira (29) pelo assassinato de 15 adversários políticos em 1982. Naquela época, ele comandava o país sob uma ditadura militar.

Nesta sexta-feira, Bouterse está em na China para uma visita oficial, segundo a agência Reuters. Ainda não se sabe se ele poderá ser preso ao voltar ao Suriname. Ele negou as acusações e terá duas semanas para recorrer da sentença.

Presidente do Suriname, Dési Bouterse, é recebido em Pequim, na China, em visita oficial na quarta-feira (27) — Foto: Florence Lo/Reuters

De acordo com a denúncia, Bouterse supervisionou uma operação na qual soldados prenderam 16 críticos ao governo militar no Suriname. Entre eles, estavam advogados, jornalistas e professor universitário.

Todos os 16 foram levados a uma fortaleza em Paramaribo, capital do Suriname, para serem assassinados. Só um sobreviveu: um líder sindical que, posteriormente, testemunhou contra Bouterse.

O advogado dos parentes dos mortos, Hugo Essed, afirmou à agência Associated Press que Bouterse deve se retirar imediatamente do cargo de presidente do Suriname.

"É uma vergonha que ele continue presidente", disse Essed.

Quem é Dési Bouterse?

Presidente do Suriname, Dési Bouterse, durante posse para o segundo mandato em 2015 — Foto: Ertugrul Kilic/Arquivo/AP Photo

Eleito em 2010 e reeleito em 2015, o atual presidente do Suriname comandou o país também após o golpe militar no país ocorrido em 1980 — cinco anos depois de os surinamenses conseguirem a independência da Holanda.

Formalmente, Bouterse ocupou de 1980 a 1987 o cargo de chefe das Forças Armadas. Na prática, porém, era ele quem comandava o Suriname. Na década seguinte, o militar voltou à política.

Em 1999, Bouterse foi condenado à revelia em um tribunal da Holanda por tráfico de drogas, mas ele não pode ser preso por não haver tratado que definisse a extradição. E, em 2005, um filho do atual presidente foi condenado por liderar uma gangue de tráfico de cocaína, armas ilegais e carros de luxo roubados.

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!