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Mulheres americanas, maioria entre eleitores, devem decidir eleição presidencial dos EUA

Mulheres americanas, maioria entre eleitores, devem decidir eleição presidencial dos EUA

As mulheres são maioria entre os eleitores americanos e costumam comparecer mais às urnas do que os homens. Na eleição deste ano, Joe Biden tem vantagem entre elas.

O voto feminino foi decisivo para a vitória de Donald Trump em 2016. Agora, em 2020, boa parte desse eleitorado mudou de lado. Mulheres como a aposentada Lori McCommon, que é apaixonada pela liberdade, de preferência montada numa companheira de duas rodas. Mas, às vésperas da eleição, ela tem medo de perder o que mais ama.

"Aos poucos, Trump tirou nossas liberdades. Tenho medo de perder até a liberdade de eleger um presidente", conta.

Lori, que vive no Wisconsin, votou em Donald Trump preocupada com a imigração ilegal. Mas se arrependeu e, este ano, decidiu votar no democrata Joe Biden

"A Covid é um dos maiores motivos, mas tem também as crianças separadas dos pais na fronteira e o fato de Trump não respeitar nossos militares", diz.

A maior pesquisa já feita sobre o voto feminino mostra que Lori não está sozinha. Entre as republicanas, 25% vão votar em Biden. Contando todas as americanas, Biden tem uma vantagem de quase 11 pontos. As únicas que se mantêm fiéis a Trump são as mulheres brancas sem diploma universitário, com uma diferença de 21 pontos.

Mulheres como a empresária Jennifer Nixon, que mora na Flórida e vai votar em Trump porque considera que ele é honesto e cumpriu as promessas de campanha, como o corte de impostos.

"Ele também é forte em lei e ordem. E precisamos da polícia para ficar seguros", diz Jennifer, repetindo um argumento usado pela campanha de Trump.

Jennifer acredita que nenhum país soube combater a pandemia. E, apesar de os dados mostrarem que isso não é bem assim, ela acha que os Estados Unidos só registraram mais casos e mais mortes porque têm uma população maior.

"Depois do dia cinco de novembro, não ouviremos mais falar de Covid. Acho que é um vírus político", diz.

Há exatos 100 anos, as mulheres foram às urnas pela primeira vez nos Estados Unidos. Em 1980, elas passaram a ser a maioria do eleitorado. Hoje, representam 55% dos eleitores americanos. E, em um país onde o voto não é obrigatório, também são elas que mais comparecem às urnas.

Lauren Leaders, presidente da maior organização americana de estímulo ao voto feminino, diz que essa participação deve aumentar ainda mais em 2020.

"A vitória de Trump foi um choque tão grande que mudou a postura das mulheres no processo político, e elas passaram a participar mais das eleições. As mulheres veem o voto como algo essencial para proteger suas famílias e o futuro do país. É muito mais do que um dever cívico", avalia.

Depois de seis anos na Força Aérea, Sarah Moser trocou a cabine de comando por outra bem mais espaçosa que dirige no meio do milharal, em Ohio. De família tradicional republicana, desta vez ela não vai votar no candidato do partido.

"Não vou votar apenas contra Trump. Vou votar em Biden. Ele acredita nos valores da família e do trabalho. Hoje, tenho vergonha dos Estados Unidos, quero voltar a ter orgulho do meu país", afirma.

A enfermeira Lynn Schmidt, que mora no Missouri, já foi delegada do Partido Republicano, mas agora escolheu Biden porque sonha com um país menos dividido.

"Biden vai tentar nos unir. Trump foi incompetente e narcisista até na resposta ao coronavírus. Biden vai ouvir os especialistas. Isso é o mais importante para mim", diz.

União também está entre as razões de Lori para mudar de lado.

"Somos os Estados Unidos da América, não os Estados Divididos da América. No fim das contas, são as mulheres que vão votar para tirar Trump do governo”, afirma.

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