Economia

Bolsonaro diz que preços de pedágio extrapolam o razoável no Brasil

Presidente afirmou no Rio que os reajustes deveriam ser inferiores à inflação. Ele também criticou agências reguladoras
 Presidente da República, Jair Bolsonaro, fala no Rio
Foto: Carolina Antunes/PR Foto: Agência O Globo
Presidente da República, Jair Bolsonaro, fala no Rio Foto: Carolina Antunes/PR Foto: Agência O Globo

RIO — O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado que os preços dos pedágios no Brasil em sua maioria extrapolam o razoável a ser pago. Ele destacou que os contratos com as concessionárias são ajustados pelo IPCA (índice oficial de inflação), mas que os salários dos brasileiros não acompanham a inflação.

— Eu tenho conversado com o Tarcísio (de Freitas, ministro da Infraestrutura) porque os pedágios muitas vezes, quer dizer, quase todos, extrapolam aquilo que poderia ser o razoável para pagar. Porque no contrato tem reajuste anual de acordo com IPCA. Tenho conversado com Tarcísio se pode colocar no contrato que o reajuste é feito sim, mas quem sabe com 90%, 95%, 80% do IPCA. Porque o salário não acompanha a inflação. Então é pra eu pensar a médio e longo prazo, não só a curto prazo — afirmou o presidente, durante inauguração de obra que vai ligar a ponte Rio-Niterói com a Linha Vermelha, no Rio de Janeiro.

Veja também: Viagem entre Rio e São Paulo ficará 20% mais barata

A declaração foi dada ao comentar a concessão da rodovia Presidente Dutra, que vence no começo de 2021. Uma nova licitação será feira este ano.

O presidente voltou a criticar as agências reguladoras e disse que elas representam para o “bem e para o mal”. Segundo Bolsonaro, sua preocupação é sempre indicar bons nomes para as autarquias que, às vezes, têm mais poder do que um ministério:

—Tem agência que é tão ou mais poderosa que um ministério. Coisa que o povo não sabe por que. Obviamente, como é um interesse muito mais político do que técnico, isso é escondido. Espero que a imprensa comece a mostrar as agências para que a população entenda como o destino do Brasil é conduzido.

União está sem condições de investir, diz ministro

O ministro Tarcísio Freitas, que também estava presente na inauguração da obra no Rio, afirmou que o investimento “mostra o acerto" do programa de concessões do governo:

—  Não havia mais condições de fazer investimentos com o Orçamento da União. Há uma compressão fiscal e uma necessidade de buscar alternativas, que é essa parceria com a inciativa privada. Estamos fazendo um programa de concessões que está sendo extremamente bem-sucedido.

Viu isso? Concessão de estradas em SP marca volta do investidor estrangeiro

Segundo o ministro, o governo promoveu 27 leilões no ano passado e vaI começar 2020 fazendo o leilão da Rodovia Nova Dutra, cuja concessão vence em 2021. O plano do governo é relicitar a via até dezembro. A nova concessão deverá ter prazo de 30 anos.

— Tenho certeza de que vai ser um leilão concorrido, competitivo, que a gente vai comemorar também. Passamos, recentemente, pela consulta pública da Nova Dutra. Estivemos na cidade do Rio, Angra dos Reis, Volta Redonda, mostrando aquilo que vai acontecer.

Freitas falou das concessões que estão por vir como a nova concessão da Rio-Teresópolis, que vai abarcar o Arco Metropolitano do Rio, além da rota Juiz de Fora-Rio de Janeiro, com a ligação Itaipava-Teresópolis e com trecho da BR-495.

— Se a gente pegar essas três concessões juntas, só no Estado do Rio de Janeiro serão investidos R$ 15 bilhões — afirmou o ministro.

(*) Com Agência Reuters