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Por Hugo Passarelli, Valor — São Paulo


O ministro da Educação, Abraham Weintraub, aproveitou evento de entrega de ônibus escolares a municípios paulistas para fazer uma defesa de seu cargo. Ao lado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), disse que é “cascudo” e tem amigos para defendê-lo. “Tem um monte de gente querendo me tirar de lá. Mas tenho um monte de amigo me defendendo aqui e na internet”, afirmou.

 — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
— Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Minutos antes, Eduardo fez breve discurso em defesa de Weintraub. “Sou fã, sigo no Twitter e ele tem meu total apoio”, disse, acrescentando que alguns deputados tentam derrubar o ministro fazendo “ativismo judicial”.

No início do mês, um grupo de parlamentares entrou com pedido de impeachment do ministro da Educação, alegando violação do princípio das impessoalidade e quebra de decoro, da honra e da dignidade da função de ministro. A denúncia será analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Criticado por educadores e políticos à esquerda e à direita, Weintraub tem sua demissão ou transferência de cargo especulada desde o fim do ano passado. No comando do Ministério da Educação (MEC) após a gestão-relâmpago de Ricardo Vélez Rodríguez, que durou apenas três meses, Weintraub tem se notabilizado como um dos ministros mais ferrenhos na defesa do bolsonarismo.

“A eleição do presidente Bolsonaro representa isso, é sim ideologia, é sim um basta nesses intelectualóides que falam que tudo é possível, que a minha família não é a minha família. A minha família é minha família e quem decide sobre meus filhos sou eu”, disse no evento.

O ministro diz que assumiu o trabalho no MEC para garantir o futuro das próximas gerações. “O que a gente almeja? Que no Natal a gente tenha ceia farta e os presentes das crianças embaixo da árvore. E que não apareça ninguém falando que meu filho é filha ou ele vai decidir depois”, disse, retomando um tema caro ao bolsonarismo: a suposta ideologia de gênero.

Weintraub aproveitou o evento para defender a implementação das escolas cívico-militares e criticar o governo de João Doria (PSDB), que não aderiu ao projeto.

A uma plateia de prefeitos, deputados e fãs do governo Bolsonaro, o ministro disse que ser de direita é ser contra baile funk na rua e “maconheiro”, e a favor de escola cívico-militar. “80% das famílias de São Paulo são de direita, só que elas não sabem disso. O presidente Bolsonaro veio aqui para falar e despertar o Brasil. E o Estado de São Paulo vai conduzir esse processo”, afirmou.

No Estado, apenas a cidade de Campinas deve receber neste ano uma unidade de ensino no formato em que, segundo o governo federal, a gestão é das Forças Armadas, mas o ensino continua cabendo aos professores.

Segundo o ministro, com esse modelo de escola, “uma próxima geração inteirinha pode ter um ofício e ser classe média”. Em referência ao Bolsa Família, Weintraub disse que os governos anteriores preferiam manter “um monte de gente para receber o vale-esmola”. “Não sou contra, mas tem de ser exceção”, disse.

“É seguro, não tem caso de agressão, não tem caso de professor sendo agredido por aluno ou sendo ameaçado por traficante”, disse Weintraub. Neste ano, 54 escolas pelo país serão transformadas em cívico-militares. A rede estadual de São Paulo tem mais de 5 mil escolas.

Ônibus

Weintraub participou de cerimônia em São Paulo para entrega de 120 ônibus a 115 municípios paulistas. A estimativa é de atender 10 mil alunos, preferencialmente os de zona rural.

Segundo o MEC, a frota custou mais de R$ 27 milhões. O montante, no entanto, foi empenhado em 2018 e pago em 2019. Logo, são contratos da gestão anterior, de Rossieli Soares, hoje secretário estadual de educação de São Paulo, também presente ao evento.

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