Por G1 Rio


Operação contra a milícia termina com tiroteio e 12 suspeitos mortos em Itaguaí

Operação contra a milícia termina com tiroteio e 12 suspeitos mortos em Itaguaí

Em 24 horas, 17 suspeitos de integrar milícias do Rio de Janeiro foram mortos em confronto com policiais. Na tarde desta sexta (12), a Polícia Civil identificou os 12 mortos no confronto de agentes com um comboio de milicianos na noite desta quinta-feira (15) em Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio.

De acordo com a polícia, todos eram criminosos. A identificação foi feita por equipes da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense, peritos legistas e papiloscopistas da Polícia Civil.

Entre os mortos estava Carlos Edaurdo Benevides Gomes. Segundo a Polícia Civil, ele era um "criminoso de altíssima periculosidade e de perfil extremamente violento, atuando como líder da milícia na cidade de Itaguaí e na região limítrofe".

Benevides foi um dos mortos em confronto de policiais com milicianos — Foto: Reprodução

Benevides trabalhou como policial militar e foi excluído das fileiras da PM por envolvimento com a Milícia de Campo Grande. Apontado como braço direito do miliciano Ecko, foi alvo de operações da Polícia Civil, mas continuava foragido.

Segundo a polícia, tem envolvimento com um cemitério clandestino encontrado em Itaguaí e pelo menos seis homicídios. Era criminoso procurado pela Polícia e possuía mais de 10 mandados de prisão preventiva pendentes e dezenas de anotações criminais por diversos crimes como homicídios, roubo, extorsão, formação de quadrilha, porte ilegal de arma de fogo e organização criminosa.

Ação contra grupo de milicianos em Itaguaí termina com 12 suspeitos mortos

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Identificados:

  • Carlos Edaurdo Benevides Gomes, também conhecido como Cabo Bené
  • Magnun Cirilo da Silva, conhecido como MG ou Magnun- Segundo a Civil, era comparsa de Benevides e um de seus homens de confiança. Possuía oito anotações criminais, entre elas extorsão, roubo majorado, porte ilegal de arma, organização criminosa e lesão corporal. Tinha sete mandados de prisão pendentes.
  • Emerson Benedito da Silva, vulgo Macumba - Segundo a Polícia Civil, é um "criminoso de altíssima periculosidade" e liderava a organização criminosa que atua em Itaguaí e região ao lado Benevides, possuindo 3 (três) procedimentos policiais, por porte ilegal de arma, extorsão e organização criminosa. Criminoso procurado havendo em seu desfavor 01 mandado de prisão pendente.
  • Wagner Eduardo da Cruz- possuía 03 anotações criminais, tanto por crime de extorsão como por crime de organização criminosa, sendo alvo de outras investigações da Polícia Civil. Ex-presidiário, saiu do sistema prisional há pouco tempo
  • Paulo Cesar Cassimiro Duarte- era egresso do Sistema Penitenciário e possuía anotação criminal por lesão corporal;
  • Maicon Rodrigo da Costa- possuía 2 (duas) anotações criminais, sendo uma por roubo majorado
  • Rodrigo Gaustino Gamma- era ex-presidiário e possuía 02 anotações criminais por extorsão, receptação e adulteração de sinal identificador de veículo
  • Walace dos Santos Lopes- também era egresso do Sistema Penitenciário e possuía anotações criminais por lesão corporal
  • Luiz Felipe Pereira Bertoldo - tinha passagens na polícia por lesão corporal e receptação
  • João Vitor Leitão Rangel;
  • Otávio Victor Schwantes de Araújo- respondeu por atos infracionais na qualidade de adolescente infrator;
  • Mateus dos Santos da Silva

O grupo era monitorado havia 15 dias. Ao serem interceptados nesta quinta por uma força-tarefa das polícias Rodoviária Federal e Civil do Rio de Janeiro, os milicianos entraram em confronto com a polícia, e 12 suspeitos morreram. Um policial foi ferido sem gravidade.

O ponto onde o comboio foi interceptado fica em uma rota usada por três anos pelos paramilitares para fugir das forças de segurança.

Entre os mortos, está o ex-policial Carlos Eduardo Benevides Gomes, o Cabo Benê, apontado pela polícia como o chefe da milícia em Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio, e um dos homens mais procurados do RJ.

Cartaz de procurado de Cabo Benê — Foto: Reprodução

A rota pegava um desvio da rodovia Rio-Santos a fim de evitar um posto da PRF. Cerca de 500 metros antes da unidade, há uma saída para uma concessionária e uma via auxiliar.

Segundo o Ministério Público do RJ, os milicianos se reuniam regularmente no bairro Chaperó, em Itaguaí. Quem ia para o local saindo da Zona Oeste do Rio pegava esse desvio.

Doze suspeitos morrem em operação policial contra milicianos, em Itaguaí

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Quem controla qual área

A polícia já identificou quem são os chefes do grupo encabeçado por Wellington da Silva Braga, o Ecko, que comanda a quadrilha do Rio e é o miliciano mais procurado atualmente.

Na Praça Seca, Zona Oeste do Rio, o chefe é Edimílson Gomes Menezes, o Macaquinho.

Chefe da milícia na Praça Seca é o Macaquinho, segundo a polícia — Foto: Reprodução

Em Seropédica e Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, o líder é Danilo Dias Lima, o Tandera.

Danilo Dias Lima, o Tandera, chefia a milícia em municípios da Baixada — Foto: Reprodução

E em Itaguaí, o controle era exercido pelo Cabo Benê, morto em confronto com policiais.

Morto pela polícia, Cabo Benê controlava Itaguaí — Foto: Reprodução

Como foi a ação

De acordo com o delegado Rodrigo Oliveira, subsecretário de Planejamento e Integração Operacional da Polícia Civil, os suspeitos atiraram tão logo foram abordados.

"Nós paramos um carro no início da via secundária, e um outro carro fechou a parte traseira. Do primeiro veículo, desceu um criminoso que já saiu disparando e atingiu um policial no peito, só que, com o colete à prova de balas, ele foi protegido pelo colete. A partir daí começou o confronto", explicou o delegado.

Na manhã desta sexta (16), ainda era possível ver no local do confronto cápsulas de fuzil e de pistola, além de marcas de sangue.

Segundo Fabrício Oliveira, coordenador da Coordenadoria de Operações Especiais (Core), até esta quinta-feira nenhum cerco havia sido bem-sucedidos.

“Para eles, se entregar não é uma opção, e só são parados com a força da ação policial”, disse Fabrício.

Polícia apreendeu oito fuzis, metralhadoras, granadas, pistolas e munição durante ação que deixou 12 milicianos mortos — Foto: Henrique Coelho / G1

O coordenador da Core disse ainda que já havia informações a respeito das rotas utilizadas pelos criminosos.

“Já havia, sim, a informação do deslocamento de grandes comboios de criminosos armados de fuzis naquela região. Mas eles não guardam um padrão de deslocamento, a gente sabe de algumas rotas que eles fazem", explicou.

“A partir dessas informações preliminares, passamos a desenvolver esse planejamento de uma ação muito sensível. Quando tivemos a confirmação desse comboio que vinha da Avenida Brasil em direção a Itaguaí, a gente conseguiu montar um cerco e fazer essa abordagem, que resultou nessa grande apreensão de armas”, detalhou.

Apreensão de armas e munição após confronto em Itaguaí — Foto: Divulgação/Polícia Civil

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