Por G1 Rio


Jovens agredidos e humilhados por agentes da Supervia serão indenizados

Jovens agredidos e humilhados por agentes da Supervia serão indenizados

As famílias dos dois adolescentes que denunciaram terem sido vítimas de agressões e abuso sexual por parte de dois seguranças da Supervia decidiram fechar um acordo de compensação com a empresa. De acordo com a Defensoria Pública, que mediou a negociação, os menores receberão indenização, apoio psicológico e suporte profissionalizante.

Segundo a Defensoria, o acordo será assinado nesta segunda-feira (22). Os valores da indenização estão protegidos por cláusula de sigilo e os detalhes da negociação ainda não foram divulgados.

O caso ocorreu no dia 7 de julho, na Estação Maracanã. Os dois adolescentes, um de 17 e outro de 18 anos, foram abordados por seguranças da Supervia e por policiais militares que também estavam a serviço da concessionária. Eles admitiram ser usuários de drogas e que iriam comprar maconha na comunidade da Mangueira.

Os rapazes contam que foram retirados do trem com violência e que sofreram agressões, ameaças, abusos e humilhações dentro mesmo da estação Maracanã.

"Mais que humilhação, covardia. Levou a gente para trás da estação. Começou a bater na gente. Jogou spray de pimenta, bateu com a arma na nossa cara, chutou a cabeça. Mandou a gente rolar no mijo, secar o mijo", contou um dos jovens.

Ainda segundo os relatos das vítimas, seis pessoas participaram da ação. "Dois falando que eram policiais e quatro guardinhas da Supervia".

Um deles revelou também que, com uma arma apontada pra eles e sob ameaça constante, foram obrigados a praticar sexo oral.

"Eles obrigaram. Colocaram a arma na nossa cabeça. Se a gente não fizesse, iam matar a gente", explicou.

Os agressores ainda gravaram a cena e publicaram na internet o vídeo dos dois menos praticando sexo oral.

Demitidos e presos

Os dois seguranças foram identificados como Rafael Souza Marcolino e Carlos Renato da Silva Alamino. Eles foram demitidos pela Supervia após sindicância interna aberta pela empresa para apurar o caso.

Os dois seguranças também foram presos, juntamente com um dos PMs que participaram da ação. Os PMs identificados pelas vítimas são: Wagner Castro da Silva, lotado na Unidade de Polícia Pacificadora da Fazendinha, e Lenine Venute da Silva Júnior, do Batalhão de Choque.

Suspeitos de abuso na Supervia: agentes Carlos Renato Alamino e Rafael Marcolino (acima) e PMs Wagner Castro e Lenine Júnior — Foto: Reprodução

Os dois militares estavam de folga na corporação e cumpriam serviço para a Supervia. Ambos já tinham sido ouvidos sobre o caso, mas negaram participação no crime. Depois, os policiais foram reconhecidos pelos ex-seguranças como coautores do abuso.

Os mandados de prisão temporária contra os envolvidos no caso são válidos por 30 dias. Na decisão, a juíza Maria Izabel Pena Pieranti determinou as prisões pelos crimes de estupro e publicação de imagens do abuso cometido contra as vítimas.

Adolescentes denunciam abuso sexual por supostos policiais e agentes da Supervia — Foto: Reprodução/TV Globo

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