Rio Vereadora assassinada

Polícia descobre que arma usada para matar Marielle e Anderson foi uma submetralhadora

Reconstituição do crime será nesta quinta-feira, no Estácio
 Marielle Franco, vereadora assassinada com quatro tiros no dia 14 de março, no Estácio. Foto: Rafaela Cassiano / Agência O Globo
Marielle Franco, vereadora assassinada com quatro tiros no dia 14 de março, no Estácio. Foto: Rafaela Cassiano / Agência O Globo

RIO - Ainda não se sabe quem matou a vereadora Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Pedro Gomes, mas a Polícia Civil já descobriu qual foi a arma usada no crime, cometido no dia 14 de março, no Estácio. Segundo reportagem do programa “Domingo Espetacular”, da TV Record, foi uma submetralhadora HK MP5, utilizada normalmente por forças de elite da polícia do Rio. De alta precisão, a arma tem calibre 9mm e não costuma ser apreendida facilmente com bandidos no estado. O Globo confirmou, com fontes da polícia, o uso da submetralhadora no crime.

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Os criminosos também teriam utilizado um silenciador para minimizar o som dos disparos. Testemunhas localizadas por uma equipe do GLOBO, dias após o crime, já haviam relatado terem ouvido um barulho abafado no momento dos tiros. Ela também revelaram ter sido dispersadas por policiais militares logo após o assassinato. Uma delas foi ouvida pela Delegacia de Homicídios, que investiga o caso, há cerca de duas semanas.

A reconstituição do assassinato da vereadora e de Anderson será realizada nesta quinta-feira, passados mais de 50 dias do assassinato.

A reportagem da TV Record que revelou a arma usada no crime também mostrou que teria havido uma falha na perícia inicial do carro em que Marielle e Anderson estavam, junto de uma assessora da vereadora, que escapou ilesa dos tiros. Os especialistas não teriam identificado corretamente em laboratório as “impressões digitais” do armamento deixadas nos projéteis encontrados no veículo. Por isso, a polícia trabalhava também com a hipótese de uma pistola 9mm ter sido usada pelos atiradores, com lotes de munição vendidos para a Polícia Federal.

De acordo com o “Domingo Espetacular”, outro erro foi o abandono do carro de Marielle no pátio da Delegacia de Homicídios sem que houvesse um cuidado especial com o veículo. Os corpos também não teriam sido submetidos a um exame de raio-X que mostraria a trajetória exata das balas porque o equipamento estaria quebrado, segundo o programa.

Marielle havia acabado de sair de um evento na Casa das Pretas, na Lapa, e voltava para casa, na Tijuca, quando foi atingida por quatro tiros no rosto. Imagens de câmeras obtidas pela polícia mostram que o carro da vereadora foi perseguido pelo Cobalt prata onde estavam os atiradores. Os criminosos esperaram Marielle sair da palestra e a seguiram até o Estácio, onde atiraram contra o carro em movimento.

A polícia não tem imagens do momento da execução, porque cinco câmeras da prefeitura voltadas para o local do crime estavam desligadas.