Por G1


A companhia aérea Avianca Brasil está atrasando o salário de pilotos e comissários desde janeiro. Nesta quinta-feira (7), os trabalhadores do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) se reuniram em uma assembleia e deram o prazo de quarta-feira (13) para que a empresa se posicione antes da convocação de um novo encontro para discutir uma eventual paralisação.

Segundo os trabalhadores, a diária alimentação também não está sendo paga, bem como os depósitos de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a contribuição previdenciária.

"A empresa vai receber uma notificação amanhã (sexta-feira) apontando quais são os atrasos", afirma o diretor do sindicato Marcelo Ceriotti. "O prazo para a resposta é quarta-feira. Se não houver uma resposta ou se os atrasos permanecerem, uma nova assembleia vai ser convocada para discutir uma eventual paralisação das atividades."

Em nota, a companhia informou que realizou nesta quinta-feira o pagamento dos salários de fevereiro para cerca de 1,4 mil colaboradores, priorizando os que têm remuneração mais baixa. "Os demais foram comunicados sobre o atraso e a empresa trabalha para que seu pagamento aconteça o mais rápido possível", disse a Avianca.

Aeronave da Avianca aguarda autorização para decolagem no Aeroporto de Congonhas, em SP — Foto: Bruno Rocha/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Em recuperação judicial desde dezembro do ano passado, a Avianca já anunciou um programa de licenças não remuneradas e de demissão voluntária para comissários, pilotos e copilotos com o objetivo de enxugar o quadro de funcionários.

Em 2017, a companhia tinha 5,3 mil funcionários, dos quais 617 pilotos e co-pilotos e 1,1 mil comissários, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

No mês passado, a empresa sofreu um importante revés. A Avianca da Colombia informou que suspendeu a diligência prévia para uma fusão há muito planejada com a Avianca Brasil, que opera de forma independente. Uma eventual fusão poderia dar um novo fôlego para a empresa.

Recuperação judicial

A Avianca, quarta maior companhia aérea do país, entrou com pedido de recuperação judicial no mês passado, após anos de crescentes prejuízos e atrasos em pagamentos de aeronaves.

Sem poder pagar pelo arrendamento de aeronaves, a companhia decidiu pelo pedido de recuperação para evitar a reintegração de posse de 14 aviões. À época, a companhia argumentou que argumentou que a retomada ameaçava a viagem de cerca de 77 mil passageiros.

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