Por Sérgio Pais, G1 Bauru e Marília


Empresário Antônio Alves de Moura com seu carro de som em uma rua de Assis: "Espero ajudar a conscientizar as pessoas" — Foto: Arquivo pessoal

Um empresário de Assis (SP) encontrou uma forma diferente de alertar os moradores da cidade sobre a importância do isolamento social e do uso de máscaras para conter o avanço do coronavírus.

Aproveitando os intervalos de seu trabalho como propagandista com carro de som, Antônio Alves de Moura percorre as ruas de Assis divulgando um suposto anúncio de caixões funerários em promoção exclusiva para as pessoas que ignoram os apelos pelo uso de máscaras e por distanciamento social.

No áudio, com formato de um anúncio publicitário, e marcado pela ironia, uma fictícia “funerária Vá com Deus” oferece aos moradores resistentes ao isolamento a oferta de compra de três caixões pelo preço de um. (Confira no vídeo abaixo.)

Empresário anuncia 'promoção de caixões' para conscientizar sobre uso de máscaras em Assis

Empresário anuncia 'promoção de caixões' para conscientizar sobre uso de máscaras em Assis

A mensagem é direcionada especificamente às pessoas que “não usam máscaras” ou as que “não respeitam distância nas filas e têm contato com todo mundo”. Para estas, diz o anúncio, a tal funerária “vai dar um empurrãozinho” e, com a promoção de caixões, será possível “presentear toda a família”.

“Foi uma iniciativa pessoal, inspirada num áudio que ouvi em um grupo de pessoas que trabalham com carros de som. Não tem patrocínio de ninguém e faço quando não estou divulgando anúncios dos meus clientes de verdade. Foi a forma que encontrei de contribuir para a gente enfrentar essa pandemia”, disse o empresário.

Sobre a reação das pessoas nas ruas, Moura diz que muitas ficam surpresas e até param para ouvir a mensagem até o fim.

Carro de som leva às ruas mensagem irônica direcionada a quem não usa máscaras: uma "oferta para morrer de rir" — Foto: Arquivo pessoal

Segundo ele, é possível notar que algumas pessoas que estão sem máscaras percebem que a mensagem é direcionada para elas. Antônio relata que algumas pessoas reagem com o sinal de polegar para baixo, como se estivessem recusando a promoção de caixões e o tal “empurrãozinho” para o cemitério ofertado pela fictícia funerária.

“Pode ser que alguém não goste, mas o brasileiro, de um modo geral, sempre usa o bom humor para tratar dos assuntos de todo tipo. Só quero mesmo que as pessoas entendam o quanto é importante se proteger, com máscaras e com o isolamento. Minha intenção é ajudar”, reforça.

A cidade de Assis, com cerca de 104 mil habitantes, contabilizava até este domingo (24) um total de 43 casos confirmados de Covid-19, além de outros 62 pacientes com sintomas e que aguardam exames para confirmação de diagnóstico. Cinco moradores morreram por complicações da doença.

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