Manifesto acontece em frente a sede da Dsei, na Zona Central de Macapá — Foto: Carlos Alberto Jr/G1
Grupos de índios realizam nesta quarta-feira (27) um manifesto em frente à sede do Distrito Sanitário Especial Indígena do Amapá (Dsei), na Zona Central de Macapá, em protesto contra a proposta do Governo Federal, que visa a municipalização dos serviços de saúde a indígenas.
O movimento está sendo realizado em todo o país. De acordo com os manifestantes, a medida provisória modifica a política indigenista brasileira e acaba com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).
Atualmente, o atendimento médico dos povos indígenas é responsabilidade do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, componente do Sistema Único de Saúde (SUS) e mantido com recursos da União.
Simone Karipuna, liderança da Apoianp — Foto: Carlos Alberto Jr/G1
Segundo Simone Karipuna, liderança da Articulação e Organização dos Povos Indígenas do Amapá e Norte do Pará (Apoianp), a reivindicação é para que o governo ouça também o lado indígena antes de tomar a decisão da municipalização.
"É necessário entender que a saúde indígena é específica e precisa de cuidados adequados. Outra coisa é que o governo têm que conhecer a realidade dos municípios. Pensando na realidade amapaense, é impossível dois municípios conseguirem cuidar do nosso povo", disse.
Participam do ato, indígenas, suas lideranças, servidores e conveniados à Sesai. Os manifestantes dizem que vão permanecer em frente a sede do Dsei por tempo indeterminado.
Pedra Branca do Amapari e Oiapoque podem ser os municípios que ficarão responsáveis pela saúde indígena, caso a municipalização seja decretada.
Para o vereador indígena de Pedra Branca do Amapari, Jawaruwa Waiãpi (Rede), a medida do Governo Federal pode causar um genocídio indígena.
"Como indígena e que vivo em uma das cidades que podem ficar responsáveis pela saúde pública dos nossos povos, temo que isso será ruim para todos os lados. A partir do momento que municipalizar a saúde indígena, poderá acontecer um genocídio aos povos indígenas, além prejudicar a saúde do restante da população da cidade", finalizou.
Vereador Jawaruwa Waiãpi (Rede) teme um genocídio dos povos indígenas — Foto: Carlos Alberto Jr/G1
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