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Por Rafael Bitencourt, Valor — Brasília

O Ministério da Saúde informou nesta quinta-feira (19) que os casos confirmados do novo coronavírus (covid-19) subiram de 428 para 621 no Brasil, entre ontem e hoje. O boletim divulgado nesta quinta-feira indicou o aumento de quatro para seis do número de mortes relacionadas à doença no país, sendo quatro em São Paulo e duas no Rio de Janeiro.

Não consta ainda nas estatísticas oficiais do Ministério da Saúde a quinta morte registrada pela operadora Prevent Senior, focada no atendimento de idosos. A confirmação pela empresa eleva para sete o total de vítimas fatais do coronavírus no Brasil.

De acordo com a equipe do ministério, houve o aumentou de cinco para oito do número de unidades da federação com casos de transmissão sustentada (ou comunitária) da doença — quando não é possível identificar a origem e trajetória de infecção pelo vírus. Esta situação foi verificada em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina.

Ao todo, 21 Estados já têm pacientes com infecção pelo coronavírus confirmada: São Paulo (286 casos), Rio de Janeiro (65), Distrito Federal (42), Pernambuco (28), Rio Grande do Sul (28) Santa Catarina (20), Minas Gerais (29), Paraná (23), Goiás (12), Ceará (20), Paraíba (1) Mato Grosso do Sul (7), Sergipe (6), Bahia (30), Espírito Santo (11), Alagoas (4), Rio Grande do Norte (1), Amazonas (1), Acre (3), Pará (1), Tocantins (1).

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, reforçou que as pessoas dos Estados com transmissão sustentada (comunitária) de coronavírus precisam cumprir isolamento domiciliar voluntário se apresentarem quaisquer sintomas de gripe, o que vale também para todos os familiares do círculo de convívio. Além disso, fica recomendado o isolamento social de toda população de idosos acima de 60 anos destes Estados.

O ministro explicou que, com a transmissão sustentada, as pessoas com sintomas leves não precisam buscar a rede de saúde para fazer o teste para a covid-19, apenas cumprir o isolamento.

Durante entrevista coletiva, o secretário de atenção primária à saúde da pasta, Erno Harzhemim, afirmou que as novas medidas constarão em portaria ministerial que deve ser publicada até amanhã. A decisão permitirá que o médico dê atestado para toda a família, após cumprir o procedimento de perguntar os nomes dos familiares com quem tem convívio.

Mandetta explicou que, com exceção do Norte, todas regiões já têm registrado “aumento sistemático” e “em blocos” dos casos confirmados. “O problema do novo coronavírus não é a letalidade individual. Quando o número de casos sobe muito, a doença inviabiliza o sistema de saúde, começa a faltar as coisas”, disse.

"Estamos no pé da montanha [de evolução dos casos]. Vamos começar a subir ela, agora”, completou.

Para o ministro, os técnicos de saúde ainda estão aprendendo a lidar com o comportamento do coronavírus. “Todas as situações dessa epidemia são novas. Estamos aprendendo no mundo ocidental, com algumas semanas de história natural dessa doença. Muitas coisas que fazemos, no meio do caminho, vamos ter que refazer”, afirmou.

Reforço

Mandetta informou ainda que a diretoria da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) deve aprovar amanhã dez medidas para auxiliar os planos de saúde a reforçarem a estrutura de atendimento em meio à pandemia do novo coronavírus.

Entre as principais decisões do órgão regulador está a maior facilidade em ter acesso aos recursos do fundo garantidor do segmento de saúde. A expectativa é de garantir o uso de 20% do montante total de R$ 53 bilhões arrecadados pelo próprio setor.

Mandetta explicou que a demanda pelo uso dos recursos foi apresentada por representantes das operadoras em reunião do Conselho Nacional de Saúde, que contou com a presença de integrantes da ANS.

Para o ministro, cerca de R$ 10 bilhões darão “liquidez” financeira aos planos de saúde, o que permite investir na ampliação da estrutura de atendimento e na compra equipamentos para reforçar os leitos, por exemplo.

“Desde 2012, 2013, 20% desse fundo garantidor pode ser utilizado para a construção de hospitais, compra de equipamentos, mas o setor vinha usando pouco esse recurso. A burocracia era muito difícil. Praticamente não mexeram com isso”, afirmou o ministro a jornalistas.

Mandetta ressaltou que o dinheiro não sairá do governo. "Os planos de saúde, para funcionar, a Agência Nacional Saúde faz com que eles depositem um recurso, um dinheiro, que é a garantia, para, caso deixem de funcionar, paguem as pessoas [os conveniados]”, afirmou.

Fechamento das fronteiras de SP e RJ

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, afirmou nesta quinta-feira que, apesar do aumento do número de Estados com transmissão sustentada (ou comunitária) do coronavírus, o governo federal continua defendendo que não haja restrição ao trânsito de pessoas dentro país.

“Não há nada que justifique o fechamento das fronteiras de São Paulo e Rio de Janeiro, como de outros Estados que já apresentam transmissão comunitária”, afirmou Gabbardo, a jornalistas.

De acordo com o balanço de hoje do Ministério da Saúde, houve um aumento, de cinco para oito, nas unidades da federação com casos de transmissão sustentada da doença — quando não é possível identificar a origem e trajetória de infecção pelo vírus.

A transmissão sustentada, que era identificada somente em São Paulo e no Rio de Janeiro, chegou à Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina.

Gabbardo admite que esse tipo de transmissão deve avançar no país. “A tendência é que todas as grandes cidades, capitais tenham transmissão comunitária”, afirmou o técnico do governo, que emendou na sequência: “Neste momento, o Ministério da Saúde não concorda com a recomendação de fechamento de fronteira dos Estados. De qualquer maneira, isso ultrapassa as prerrogativas do órgão. Quem vai decidir isso é o comitê de crise, que envolve vários ministérios.”

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