Por Luiza Tenente, G1


Ana Lúcia Villela participa da cerimônia de doação de verba ao lado de Rafael Reif, presidente do MIT — Foto: Arquivo pessoal

A empresária brasileira Ana Lúcia Villela doou, na última quarta-feira (20), US$ 28,6 milhões (cerca de R$ 109,4 milhões) ao Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), considerado uma das melhores universidades do mundo. O objetivo é estimular o desenvolvimento de novas pesquisas sobre síndrome de Down.

A carreira de Ana Lúcia, acionista do banco Itaú, sempre foi ligada a negócios de impacto social – ela é fundadora do Instituto Alana, que estimula o desenvolvimento saudável de crianças; e sócia da produtora Maria Farinha Filmes, cuja proposta é discutir problemas sociais e ambientais.

O interesse específico pela síndrome de Down nasceu há 6 anos, quando sua filha Ísis foi diagnosticada com a alteração genética, dez dias após o nascimento.

Verba doada por brasileira será usada como incentivo a pesquisas sobre síndrome de Down — Foto: David Orenstein

“Logo após recebermos a notícia, no momento zero, já começamos a pensar no incentivo à pesquisa. Essa doação ao MIT dá tranquilidade financeira aos estudos sobre o tema”, explica Marcos Nisti, CEO do Instituto Alana e marido de Ana Lúcia. “Escolhemos essa universidade porque é multidisciplinar: foca na troca de conhecimentos de engenharia, computação, genética e neurociência”, completa.

Ele conta que o MIT tem pesquisas avançadas na área da deficiência física, com laboratórios modernos. E que, no momento, a instituição de ensino busca ampliar os conhecimentos também sobre deficiência intelectual, especialmente em relação à síndrome de Down e ao Alzheimer.

Aplicação dos US$ 28 milhões

Com esse dinheiro, torna-se viável criar o Alana Down Syndrome Center, que reunirá profissionais de diferentes disciplinas para aprofundar os conhecimentos sobre a síndrome. A equipe será liderada por duas cientistas mulheres: Angelika Amon, especialista em instabilidade cromossômica; e Li-Huei Tsai, estudiosa de doenças degenerativas, como Alzheimer.

Haverá também um programa de tecnologia, no qual pesquisadores desenvolverão mecanismos que ampliem a qualidade de vida de pessoas com deficiência. Além disso, há a intenção de distribuir bolsas de estudo de pós-doutorado sobre síndrome de Down.

Viagem em família

Marcos e Ana Lúcia foram aos Estados Unidos para oficializar a doação. As filhas do casal - Ísis e a primogênita Nina, de 10 anos - visitaram os laboratórios do MIT e conheceram mais sobre a estrutura do instituto.

“Meu sonho é que essas pesquisas mostrem ao ‘mundo dos comuns’ uma forma de valorizar as pessoas com Down do jeito que elas devem ser reconhecidas. Não podemos olhá-las como um peso. Elas são uma oportunidade”, diz Marcos.

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