Por G1


Prédio da UFRJ em foto de 2015: universidade suspendeu aulas virtuais em meio à pandemia do coronavírus porque alguns alunos e professores não têm acesso igualitário à internet de qualidade. — Foto: FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL via BBC

Os efeitos da pandemia do novo coronavírus têm afetado a educação em todo o país. Além da suspensão de aulas para evitar aglomeração e tentar conter a transmissão da doença, diversas instituições encaram o desafio de manter a qualidade do ensino.

Ao menos três universidades públicas se manifestaram contra a educação a distância (EAD) como forma de substituir as aulas presenciais, alegando que nem todos os alunos têm acesso à internet de qualidade. Já as particulares se mobilizam contra a redução das mensalidades.

Universidades públicas

Na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), "as aulas em meios digitais não devem substituir as atividades presenciais." A instituição afirma que "a utilização de plataformas virtuais é permitida naquelas turmas que já faziam uso dessa tecnologia anteriormente".

Segundo a UFRJ, aulas práticas não podem ser substituídas por ensino a distância. Além disso, nem todos os professores e alunos dispõem de tecnologia e acesso à internet de qualidade para implementar a substituição. A universidade também afirma que pessoas com deficiência (PCDs) precisam de recursos que ainda não podem ser oferecidos na EAD. A instituição deverá repor os dias letivos após o fim da pandemia.

Na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a situação se repete. A instituição também decidiu não substituir as aulas presenciais pelas digitais.

Um ofício de 20 de março afirma que a "heterogeneidade do corpo discente da UFMG não permite garantir que todos terão acesso frequente e estável aos recursos computacionais necessários para acompanhamento das atividades." A UFMG também deverá repor os dias letivos após a suspensão das aulas devido à pandemia.

A Universidade de Brasília (UnB) decidiu suspender o primeiro semestre letivo de 2020. Segundo a instituição, estão paralisadas as aulas e as avaliações, mesmo que virtuais. O conteúdo será reposto quando a situação da pandemia melhorar. Ainda não há previsão de retorno das aulas.

Universidades particulares

Já as universidades particulares afirmam que não haverá redução da mensalidade devido às aulas virtuais implantadas para tentar reduzir a transmissão do novo coronavírus.

A entidade que representa as mantenedoras do ensino superior do Brasil, Semesp, emitiu nota informando que as instituições mantêm o mesmo número de docentes e que estão aumentando as despesas instalando novos equipamentos tecnológicos, treinando professores e adquirindo licenças de uso de softwares que permitem a transmissão de aulas a distância.

Segundo o Semesp, 75% das matrículas no ensino superior do país estão concentradas em faculdades e universidades particulares. São mais de 6 milhões de estudantes matriculados e mais de 390 mil professores e funcionários técnico-administrativos, segundo a instituição.

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