Tecnologia

Por Thiago Lavado, G1


Ferramenta de uso corporativo do Google, será disponibilizada para todos os usuários da empresa a partir de maio. — Foto: Divulgação/Google

O Google anunciou nesta quarta-feira (29) que vai liberar o Meet, ferramenta executiva de videochamadas da empresa, para todos os usuários a partir do início de maio. A gratuidade vai até o dia 30 de setembro.

Atualmente, o Meet é parte do pacote G Suite, que é pago e fornece soluções de produtividade para organizações, escolas e negócios.

De acordo com o Google, o usuário que tem uma conta da empresa — um e-mail no Gmail ou conta Android, por exemplo — poderá utilizar o Meet no site ou baixando o aplicativo para iOS ou Android nas lojas de apps.

Como é uma ferramenta paga e inclusa em um pacote corporativo, o Meet tem funcionalidades avançadas de vídeo-chamada.

É possível conectar até 100 por seção e utilizar recursos de compartilhamento de tela, legendas em tempo real (disponíveis apenas em inglês), além de dispor os vídeos dos participantes em mosaico. O Meet também conta com uma ferramenta de inteligência artificial que adapta a luz do ambiente.

Números do Google mostram que nas últimas duas semanas, o serviço ganhou 2 milhões de novos usuários por dia e que a quantidade de tempo em chamadas diárias na plataforma é o equivalente a 3800 anos.

Uma pesquisa feita no Brasil com 2 mil pessoas apontou que 19% dos entrevistados passaram a trabalhar de casa, e por isso acabaram precisando de uma ferramenta de comunicação.

O Google tem uma ferramenta não corporativa para comunicação, incluindo vídeo, chamada Hangouts. A empresa afirmou que esse projeto não será descontinuado apesar da liberação temporária do Meet.

Corrida pelos usuários de vídeo-chamada

A iniciativa do Google é apenas a mais nova de uma sequência de projetos das grandes empresas de tecnologia para fornecer ferramentas de comunicação de vídeo — e captar a atenção dos usuários, que recorreram a esse tipo de serviço com o isolamento causado pela pandemia de coronavírus.

Na publicação que anunciou a liberação do Meet para todos os usuários, Javier Soltero, vice-presidente e Diretor Geral de G Suite, afirmou que a empresa acelerou a divulgação de novas funcionalidades nos últimos meses.

Além do Google, a Microsoft liberou no início de março o serviço Teams e o Facebook anunciou, na última sexta (24), o lançamento de uma ferramenta chamada Rooms, no Messenger, que vai permitir reunir até 50 pessoas em uma única chamada.

A empresa também aumentou o número de pessoas simultaneamente em uma mesma conversa por vídeo no WhatsApp e trouxe mais funcionalidade para usar o Instagram no desktop. A rede social chegou até a expandir uma versão do Messenger para crianças.

De acordo com executivos do Facebook, desde o início da quarentena causada pelo coronavírus o consumo de chamadas de vídeo dobrou no Messenger e no WhatsApp em países muito afetados pela doença, como a Itália. Em entrevista ao G1, Stephane Taine, diretor de produto do Messenger, afirmou que a empresa acelerou o "tempo de produção [de funções e produtos] para tornar as coisas melhores” durante o atual período.

Em nota, o Facebook disse que chamadas de vídeo e áudio fazem parte dos produtos da rede social há muitos anos, mas que agora há uma percepção do "quão importante estão sendo agora esses recursos para as pessoas".

Embora tenham registrado aumentos expressivos na base de usuários de suas plataformas, as empresas tentam trazer as pessoas que procuraram outros serviços diante da necessidade de se comunicar por vídeo — tanto incorporando funções que facilitam o uso do vídeo (caso do Facebook) quanto liberando serviços premium (caso do Google).

O Zoom, um dos que mais cresceu durante a pandemia, registrou 300 milhões de usuários no dia 21 de abril (alta de 50% em relação ao início do mês), apesar de preocupações com segurança e privacidade.

Especialistas apontaram uma série de vulnerabilidades na ferramenta, entre elas falhas de programação e deficiências na criptografia que protege a comunicação entre os usuários. Análises do app mostraram ainda que o serviço compartilhava dados com o Facebook e com o LinkedIn sem deixar isso claro para os usuários da ferramenta.

Não à toa, Facebook e Google anunciaram seus produtos enfatizando segurança, criptografia e privacidade.

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