Por G1 CE


Estudantes se concentram na Praça da Bandeira, em Fortaleza, durante manifestação contra bloqueio de verbas para a educação — Foto: Nicolas Paulino/SVM

Professores e estudantes protestam contra cortes de verba na educação

Professores e estudantes protestam contra cortes de verba na educação

Estudantes, professores e servidores de instituições federais do Ceará protestaram na manhã desta quarta-feira (15) contra o bloqueio no repasse de verbas para educação anunciado pelo Ministério da Educação (MEC). Outras cidades do país também tiveram atos nesta quarta.

A manifestação no Ceará ocorreu entre 8h e 12h. Um grupo se concentrou na Praça da Bandeira, em frente ao prédio do curso de direito da Universidade Federal do Ceará (UFC), no Centro de Fortaleza. No interior do estado, houve protestos em 40 cidades.

Os sindicatos que organizaram as manifestações estimam que cerca de 100 mil pessoas participaram dos atos contra o corte de verba das universidades federais. A Polícia Militar do Ceará não divulga estimativa de participantes.

Estudantes realizam manifestação no Centro de Fortaleza — Foto: Nicolas Paulino/SVM

Em Fortaleza, os manifestantes usaram carros de som e faixas com palavras de ordem contra o bloqueio nos repasses para a educação. Algumas vias no entorno da Praça da Bandeira foram fechadas pelo grupo durante o ato.

Os participantes saíram em passeata por ruas e avenidas da capital. Os manifestantes chegaram na reitoria da Universidade Federal do Ceará, no Bairro Benfica, por volta das 10h30. O protesto se concentrou no cruzamento das avenidas da Universidade com 13 de Maio.

Algumas vias no entorno da Praça da Bandeira foram fechadas pelo grupo durante o ato — Foto: Nilton Alves

Por conta da manifestação, algumas ruas do Centro de Fortaleza e de outros bairros por onde ocorreu a passeata registraram congestionamento. Agentes da Autarquia Municipal de Trânsito (AMC) foram enviados para orientar o trânsito no local. Veículos que tentaram passar pelo local precisaram pegar vias alternativas.

Entidades ligadas a movimentos estudantis, sociais e a partidos políticos e sindicatos convocaram a população para uma greve de um dia contra as medidas na educação anunciadas pelo governo

Imagens aéreas mostram protesto em Fortaleza contra corte na educação

Imagens aéreas mostram protesto em Fortaleza contra corte na educação

A UFC informou que os serviços da instituição, como os das bibliotecas e auditórios, estão funcionando normalmente. No entanto, a universidade comunicou que parte dos professores liberou os alunos das salas de aula nesta quarta-feira.

Estudantes, professores e servidores fazem manifestação no Centro de Fortaleza — Foto: Natinho Rodrigues/SVM

Protestos no interior

Juazeiro do Norte, Tauá, Crato, Sobral, Cedro, Iguatu , Canindé, Crateús e Quixadá também tiveram mobilização de estudantes e professores nesta quarta-feira. Os participantes saíram em passeata por ruas dos municípios em protesto contra o corte de verbas para a educação.

No Cedro, a concentração ocorreu em frente ao campus do Instituto Federal do Ceará (IFCE). Em seguida, os participantes caminharam pelas ruas da cidade em direção à praça Nilo Viana da Matriz, no Centro da cidade.

Protesto fecha ruas em Iguatu, no Ceará — Foto: Honório Barbosa/SVM

Bloqueio de verba

Em abril, o Ministério da Educação divulgou que todas as universidades e institutos federais teriam bloqueio de recursos. Em maio, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) informou sobre a suspensão da concessão de bolsas de mestrado e doutorado.

De acordo com o Ministério da Educação, o bloqueio é de 24,84% das chamadas despesas discricionárias — aquelas consideradas não obrigatórias, que incluem gastos como contas de água, luz, compra de material básico, contratação de terceirizados e realização de pesquisas. O valor total contingenciado, considerando todas as universidades, é de R$ 1,7 bilhão, ou 3,43% do orçamento completo — incluindo despesas obrigatórias.

Em 2019, as verbas discricionárias representam 13,83% do orçamento total das universidades. Os 86,17% restantes são as chamadas verbas obrigatórias, que não serão afetadas. Elas correspondem, por exemplo, aos pagamentos de salários de professores, funcionários e das aposentadorias e pensões.

Segundo o governo federal, a queda na arrecadação obrigou a contenção de recursos. O bloqueio poderá ser reavaliado posteriormente caso a arrecadação volte a subir. O contingenciamento, apenas com despesas não obrigatórias, é um mecanismo para retardar ou deixar de executar parte da peça orçamentária devido à insuficiência de receitas e já ocorreu em outros governos.

Manifestantes protestam no Ceará contra bloqueio de verbas para a educação

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