BRASÍLIA — Após uma comissão do Congresso transferir o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Justiça para o Ministério da Economia , o presidente Jair Bolsonaro disse na noite desta quinta-feira que espera que os plenários da Câmara e do Senado — onde a medida ainda será analisada — revertam a decisão e mantenha o Coaf subordinado ao ministro da Justiça, Sergio Moro. Bolsonaro argumentou que o órgão era uma "ferramenta muito forte" para combater a corrupção.
— A gente espera que o plenário da Câmara e do Senado mantenham o Coaf lá com o Ministério da Justiça, nas mãos do ministro Sergio Moro porque é uma ferramenta muito forte para combater a lavagem de dinheiro, corrupção, entre outras medidas — afirmou Bolsonaro durante uma transmissão ao vivo em uma rede social.
Minutos antes, durante um pronunciamento, o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, negou que a decisão seja uma derrota do governo e afirmou que o Legislativo é soberano para realizar mudanças na estrutura dos ministérios. O ministro da Justiça, Sergio Moro, queria o Coaf permanecesse em sua pasta.
— Gostaria de explicar o posicionamento do nosso presidente de não entender tratar-se de derrota de qualquer que seja o ministro e, em particular, do próprio presidente. É uma decisão soberana daquele Casa e o presidente, democrático que é, aceita — disse.
Rêgo Barros disse que Bolsonaro não demonstrou intenção em dialogar com os partidos do Centrão, que se articularam junto com a oposição para retirar o Coaf da Justiça.
— O presidente vai reunir-se com hoje com membros do seu partido, o PSL. Não esboçou interesse em realizar um contato mais aproximado com o que você chama de Centrão.
O porta-voz ainda destacou que o Ministério do Desenvolvimento Regional está "assoberbado" e que a divisão dele em duas pastas (Cidades e Integração Nacional) vai trazer "eficiência, eficácia e efetividade".
— O Ministério do Desenvolvimento Regional encontra-se assoberbado devido ao excesso de demandas. A reativação dos ministérios das Cidades e da Integração Nacional é consequência de diversas solicitações de prefeitos e de parlamentares do Congresso Nacional. O retorno desses ministérios poderá dar mais eficiência, eficácia e efetividade nos resultados, fortalecendo as ações do governo em áreas que impactam profundamente a população de baixa renda, como o programa Minha Casa, Minha Vida.
Ele confirmou que o atual ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, ficará à frente da futura pasta da Integração Nacional. O futuro ministro das Cidades ainda não está definido.
— O presidente ressalta que o ministro Gustavo Canuto continuará compondo nosso time, à frente do Ministério da Integração Nacional, mantendo o belo trabalho que vem desenvolvendo.