Rio

Edmar Santos: relembre outras apreensões milionárias ocorridas nos últimos anos

Cerca de R$ 6 milhões foram apreendidos em endereço do ex-secretário de Saúde, Edmar Santos, preso nesta sexta-feira por suspeita de liderar esquema de irregularidades na Saúde
O dinheiro foi encontrado em endereços em nome do ex-secretário Edmar Santos Foto: Divulgação
O dinheiro foi encontrado em endereços em nome do ex-secretário Edmar Santos Foto: Divulgação

RIO — Embora ainda não tenha sido contabilizado por completo — até a noite desta sexta-feira, o valor era de mais de R$ 6 milhões —, o dinheiro encontrado em endereço do ex-secretário de Saúde, Edmar Santos, preso por suspeita de liderar esquema de irregularidades na Saúde, pode se tornar uma das maiores apreensões em dinheiro vivo dos últimos tempos no país. A imagem das centenas de notas de dinheiro empilhadas e enfileiradas por agentes do Ministério Público do Rio lembra outras grandes apreensões realizadas no país.

Relembre a seguir outras operações que resultaram em milhões de reais apreendidos:

O bunker de Geddel Vieira Lima

Em setembro de 2017, a PF contabilizou R$ 51 milhões em dinheiro apreendidos em um “bunker" em Salvador que seria, supostamente, utilizado pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima, na maior apreensão de dinheiro já realizada no Brasil.

Geddel, que já foi ministro da Secretaria de Governo do presidente Michel Temer, cumpre prisão domiciliar em Salvador. Ele, o irmão Lúcio Vieira Lima respondem pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa. A mãe dos irmãos Vieira Lima, Marluce Vieira Lima, também é ré no Supremo na mesma ação. Preso em Salvador, o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) foi diagnosticado com Covid-19, segundo o G1.

O local onde o dinheiro em espécie estava escondido foi apelidado de "bunker" pelos investigadores. Na denúncia, a Procuradoria Geral da República (PGR) diz que os R$ 51 milhões têm como possíveis origens propinas da construtora Odebrecht; repasses do operador financeiro Lúcio Funaro; e desvios de políticos do MDB.

Mércia Trajano

Em julho de 2018, a Polícia Federal apreendeu em Recife R$ 373 mil em dinheiro em espécie na casa da ex-conselheira do Carf e auditora da Receita Federal Mércia Trajano, apontada como cúmplice no esquema que teria favorecido a empresa Paranapanema a se livrar do pagamento de R$ 650 milhões em um processo no tribunal da Receita. Ela foi alvo de buscas na 10ª etapa da Zelotes, que teve como principais personagens o economista Roberto Gianetti, ligado ao PSDB, e Daniel Godinho, ex-secretário de Comércio Exterior no governo Dilma . Mércia atuou no caso da Paranapanema, votando favoravelmente à empresa.

A ex-conselheira, que tinha o apelido de “amiga dos memoriais”, trocou mensagens com os investigados Meigan Sack e Vladimir Spíndola sobre o processo em que atuaria no Carf. Meigan e Spíndola receberam cerca de R$ 2,2 milhões da empresa de Giannetti e são investigados sob a suspeita de terem pago propina aos conselheiros que atuaram no caso, entre eles Mércia Trajano.

As investigações apontam que Meigan e Spíndola contavam com a atuação de Mércia para votar favoravelmente à Paranapanema no processo, ainda mais após a sua ascensão à presidência da turma do Carf que julgou o processo em 2013.

Dinheiro apreendido na casa de Mércia Trajano, ex-conselheira do Carf e auditora da Receita Federal Foto: Divulgação
Dinheiro apreendido na casa de Mércia Trajano, ex-conselheira do Carf e auditora da Receita Federal Foto: Divulgação

Gilberto Kassab

Em dezembro de 2018, a Polícia Federal apreendeu R$ 300 mil em dinheiro vivo em um apartamento do ex-ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab. Os agentes da PF encontraram a "bolada" em dinheiro vivo na residência de Kassab após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizar as buscas no aparamento, nos Jardins, bairro nobre de São Paulo, em uma operação que investiga pagamentos feitos pela JBS a políticos entre 2010 e 2016.

Dinheiro apreendido na casa de Kassab Foto: Divulgação / PF
Dinheiro apreendido na casa de Kassab Foto: Divulgação / PF

Carlos Arthur Nuzman

Em uma ação de busca e apreensão realizada na casa do presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, durante a Operação Unfair play, policiais federais apreenderam a quantia de cerca de R$ 480 mil em dinheiro vivo. O que chamou a atenção dos agentes foi o fato de terem sido encontrados valores em cinco moedas diferentes, nas seguintes quantidades: Real (102.950), Dólar (35.472), Euro (67.720), Libra (1.315) e Francos Suíços (8.260).

O Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça que autorize o bloqueio de pelo menos R$ 1 bilhão dos patrimônios de Nuzman , do empresário Arthur César de Menezes Soares Filho — conhecido como "rei Arthur" por dominar os contratos de prestação de serviços com o governo do estado do Rio — e de sua sócia Eliane Pereira Cavalcante, a título de danos morais à coletividade fluminense.

Ele também teve os veículos bloqueados — pode continuar usando, mas não pode vendê-los, para o caso de serem apreendidos futuramente.

Bruno Kelly Foto: Reuters
Bruno Kelly Foto: Reuters