• Rennan A. Julio
Atualizado em

As startups brasileiras levantaram US$ 772 milhões em investimentos ao longo do mês de agosto. No total, foram 56 negócios fechados ao longo do mês passado — sem o aporte levantado pela argentina Nuvemshop e o investimento de R$ 1 bilhão na Movile, que não foram considerados.

Com isso, o Brasil chega a US$ 6,6 bilhões levantados em 2021. No ano passado, o ecossistema captou US$ 3,55 bilhões. Os dados são do Inside Venture Capital Report, relatório produzido pelo Distrito Dataminer, braço de inteligência da plataforma de inovação aberta Distrito.

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Startups brasileiras levantaram US$ 772 milhões em agosto deste ano (Foto: Reprodução/Pexel)

O volume já é 86% superior a todo o ano de 2020. Na comparação mês a mês, agosto de 2021 teve alta de 303% com relação ao mesmo período do ano passado. O número de acordos é 24% maior. “O mercado continua aquecido, e acreditamos que seguirá assim por alguns anos”, diz Gustavo Gierun, managing partner do Distrito. O relatório também apontou que a expectativa é encerrar o ano com algo entre US$ 8 bilhões e US$ 10 bilhões investidos. “Estamos batendo recorde trimestre a trimestre”, afirma Gierun.

Entre os principais setores do ano, destacam-se fintech, com US$ 2,6 investidos; retailtech, US$ 630 milhões; edtech, US$ 294 milhões; healthtech, US$ 222 milhões; e martech, com US$ 49 milhões. Já do mês de agosto tiveram destaque fintech, retailtech, healthtech, real estate e edtech. No relatório deste mês, o Distrito também apontou o setor que apresentou o maior crescimento em número de deals ao longo de 2021. Foram as edtechs, que saltaram de 20 negócios em 2020 para 40 até agora. “É um mercado para ficar de olho”, afirma Gierun.

Os principais aportes do mês foram a Série E do QuintoAndar, no valor de US$ 250 milhões; a Série C da Omie, de US$ 116 milhões; e o aporte na Unico, de US$ 120 milhões, que a elevou ao patamar de unicórnio. “O crescimento das megarodadas mostra o aumento do interesse de fundos estrangeiros nas empresas brasileiras”, diz Gierun. Para o executivo, exemplos como o do Softbank, que aportou em três dos quatro principais investimentos do mês de agosto, dão o tom do ecossistema. “A entrada do Softbank é, sem dúvidas, um marco da evolução do mercado brasileiro.” 

Outro ponto do relatório foi a evolução do tíquete-médio dos cheques em startups, comparando o período de 2012 a 2020 com o ano de 2021. A mediana de aportes seed foi de US$ 0,65 milhão para US$ 0,84; Série A de US$ 3,3 milhões para US$ 5,5 milhões, Série B de US$ 11,1 milhões para US$ 19,2 milhões, e Série C de US$ 24,8 milhões para US$ 52 milhões. “Os maiores deals marcam a disputa e a competitividade dos fundos pelas empresas brasileiras”, diz Gierun.

M&As
A pesquisa também apresentou dados de M&As (fusões e aquisições). Ao longo do mês de agosto, foram 26 fusões e aquisições, totalizando 154 em 2021. O ano passado inteiro teve 166 M&As. Entre os setores mais visados, destacam-se fintech, retailtech, martech, edtech e healthtech. Para o Distrito, a expectativa é encerrar o ano com 251 negócios fechados. “O mercado está muito quente, tanto em corporações como em scale-ups em busca de novas soluções, produtos e times.”

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