Por Anderson Barbosa, G1 SE — Aracaju


Bloqueio de verbas gera protestos na Universidade Federal de Sergipe

Bloqueio de verbas gera protestos na Universidade Federal de Sergipe

A quarta-feira (15) amanheceu com manifestações realizadas por estudantes, servidores federais, representantes de sindicatos e movimentos sociais na Grande Aracaju. Eles estão concentrados em dois pontos e protestam contra o bloqueio de recursos para a educação anunciado pelo Ministério da Educação (MEC).

Desde às 6h, um grupo de estudantes está concentrado na porta do Instituto Federal de Sergipe (IFS), na capital, e no campus da Universidade Federal de Sergipe (UFS), em São Cristóvão, o principal acesso está fechado, impedindo a entrada de pessoas e automóveis.

Os organizadores do ato dizem que, na UFS, os cortes vão atingir 47% das verbas de custos e 30% das verbas de investimento. O grupo informou ainda que o ato além de ser a favor da educação de qualidade também é contra a reforma da previdência e em defesa da aposentadoria.

“Esse corte pode fazer com que aconteça o fechamento da universidade até setembro. Um corte de 47% no custeio afetada diretamente, além dos insumos básicos de laboratório, de energia e água, afeta diretamente a vida dos trabalhadores terceirizados. Vários deles vão ser desempregados, demitidos”, lamenta o coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação da UFS (Sintufs), Wagner Vieira.

Manifestantes concentrados em frente à entrada principal da UFS — Foto: Henrique Maynart/Sintufs/Divulgação

O número de manifestantes não foi divulgado pelos organizadores, nem pela polícia.

Impactos do protesto

A assessoria de imprensa da UFS informou que o ato afeta a rotina de mais de 30 mil alunos distribuídos nos seis campi.

Por causa do ato, o Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE) que suspendeu o expediente no Fórum Gonçalo Rollemberg Leite, localizado no campus São Cristóvão. O órgão justifica que os magistrados, servidores, advogados e jurisdicionados não tiveram com entrar na unidade.

O que diz o governo?

De acordo com o MEC, o bloqueio é de 24,84% das chamadas despesas discricionárias — aquelas consideradas não obrigatórias, que incluem gastos como contas de água, luz, compra de material básico, contratação de terceirizados e realização de pesquisas. O valor total contingenciado, considerando todas as universidades, é de R$ 1,7 bilhões, ou 3,43% do orçamento completo — incluindo despesas obrigatórias.

Em 2019, as verbas discricionárias representam 13,83% do orçamento total das universidades. Os 86,17% restantes são as chamadas verbas obrigatórias, que correspondem, por exemplo, aos pagamentos de salários de professores, funcionários e das aposentadorias e pensões.

Segundo o Governo Federal, a queda na arrecadação obrigou a contenção de recursos. O bloqueio poderá ser reavaliado posteriormente caso a arrecadação volte a subir.

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