• Paulo Gratão
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Sacola da Vegan Lovers: restaurante será exclusivo para delivery (Foto: Divulgação)

Sacola da Vegan Lovers: restaurante será exclusivo para delivery (Foto: Divulgação)

O delivery se tornou uma frente de vendas essencial para 83% das redes de franquias durante a pandemia, de acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF). Em alimentação, o canal foi ainda mais importante e trouxe alguns aprendizados para a Boali, rede de alimentação saudável, como a expansão de dark kitchens (restaurantes sem atendimento ao público) e até mesmo a criação de novas marcas complementares, que atraiam nichos específicos de consumidores.

Na primeira quinzena de agosto, as mais de 30 lojas da marca receberão as operações da Sandureba Lancheteria, focada em tapiocas e sanduíches naturais, e da Vegan Lovers, voltada para alimentação vegana. Os restaurantes estarão visíveis para pedidos no iFood, mas não haverá comunicação visual ou possibilidade de acessá-los no atendimento presencial nas lojas físicas.

De acordo com o CEO da rede, Rodrigo Barros, os portfólios das duas novas marcas foram montados com pratos que já existiam no cardápio da Boali, mais alguns itens inéditos. Por essa razão, constarão dos menus das lojas físicas, mas dentro do leque da própria Boali. A ideia é segmentar os pratos por empresa no iFood e chegar a ainda mais consumidores.

Com as novas bandeiras, a Boali também deve alcançar o consumidor com menor poder aquisitivo. De acordo com Barros, os pratos da Sandureba terão tíquete médio de R$ 22, equivalente a menos da metade do que é praticado pela Boali, cerca de R$ 47.

Rodrigo Barros, CEO do Boali (Foto: Divulgação)

Rodrigo Barros, CEO da Boali (Foto: Divulgação)

Todas as novas lojas da Boali já serão inauguradas com essa operação conjunta integrada, mas isso não deve encarecer o investimento inicial, de acordo com o empreendedor (a partir de R$ 300 mil para loja, de R$ 85 mil para dark kichten e R$ 185 mil para quiosque). Os ganhos financeiros para a marca devem vir dos royalties, que são calculados sobre o faturamento das unidades franqueadas.

Para acomodar os novos negócios, as alterações foram feitas dentro da franqueadora: foi criada uma nova diretoria de produtos para que as duas marcas consigam ter ainda mais dinamismo. “Como são bandeiras muito nichadas, vão ter produtos novos todos os meses. Se um não for bem de vendas, dá espaço para que outro entre.”

Sacola da Sandureba: tíquete médio será metade do que é praticado nas lojas Boali (Foto: Divulgação)

Sacola da Sandureba: tíquete médio será metade do que é praticado nas lojas Boali (Foto: Divulgação)

Franquia abriu três dark kitchens durante a pandemia

A primeira unidade exclusivamente para delivery da Boali foi inaugurada há cerca de dois anos, na região da Consolação, em São Paulo, e recentemente três novas foram abertas em Londrina (PR), Limeira (SP) e em Balneário Camboriú (SC). Para cada uma das unidades da Região Sul, o investimento médio foi de R$ 70 mil, pois já havia estrutura de cozinha e os franqueados responsáveis já têm experiência prévia com food service – este último critério é essencial nesse primeiro momento.

O empreendedor estima que o modelo sem atendimento no balcão possa representar cerca de 25% das expansões nos próximos anos, mas não necessariamente do faturamento da empresa. “Apesar do enorme potencial do modelo, a receita gerada é menor.”

Antes da pandemia, o delivery representava cerca de 20% das vendas das lojas. Em julho, a expectativa da marca é fechar com crescimento de 50% no canal, em relação ao mesmo período do ano passado. Já com as novas marcas, Barros comenta que o crescimento deve se manter na faixa dos 50%. “Estimamos de oito a dez mil vendas no delivery por mês só nas novas marcas”, afirma.

Para abrir uma dark kitchen da Boali, é necessário ter uma cozinha com entre 20 e 25 metros quadrados. O investimento inicial é de aproximadamente de R$ 100 mil e já contempla o capital de giro de R$ 20 mil e a taxa de franquia de R$ 25 mil. A média de faturamento gira em torno de R$ 40 mil. Como os custos de ocupação costumam ser menores nesse modelo, o lucro é estimado em cerca de 20%.

Drive-thru também abre as portas em agosto

Até o final do ano, a Boali deve inaugurar mais 15 lojas, dos 20 contratos que já tem assinados. Pelo menos seis serão dark kitchens e duas serão com serviço de drive-thru, no Morumbi, em São Paulo, e em Belo Horizonte (MG). “Apostamos nele por conta de seu potencial e baixo investimento de implantação”, afirma.

Barros estima que a pandemia e o aumento do home office façam com que muitos executivos deixem os grandes centros, em busca de qualidade de vida. Por essa razão, tem pensado em maneiras de chegar a diferentes locais, com formatos variados.

No final do ano passado, a Boali lançou um hub de alimentação saudável, que tem como uma das premissas a abertura de minimercados autônomos em empresas. Durante a pandemia, esse modelo também ganhou espaço em quatro condomínios residenciais em São Paulo.

Além disso, nos últimos meses a rede lançou uma frente de refeições congeladas, de olho nos que preferem comer em casa. Os pratos podem ser adquiridos no e-commerce e também estarão disponíveis nas lojas da marca.