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Por Jornal Nacional


Bolsonaro volta a defender veto à propaganda do Banco do Brasil

Bolsonaro volta a defender veto à propaganda do Banco do Brasil

Um dia depois de o governo reconhecer que não pode intervir na publicidade mercadológica das estatais, o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender o veto à propaganda do Bando do Brasil.

Durante uma visita a um bairro do Distrito Federal, o presidente Bolsonaro defendeu o veto à propaganda do Banco do Brasil. O comercial com jovens brancos, negros, com cabelos pintados e tatuagens que estava no ar há quase um mês era uma estratégia para atrair clientes mais jovens. O presidente viu, não gostou. O comercial saiu do ar e o diretor de marketing do banco foi demitido.

“Quem indica e nomeia presidente do Banco do Brasil, sou eu? Não preciso falar mais nada então. A linha mudou, a massa quer respeito à família, ninguém quer perseguir minoria nenhuma e nós não queremos que dinheiro público seja usado dessa maneira. Não é a minha linha. Vocês sabem que não é minha linha”.

O presidente também explicou como pretende fazer esse controle.

“Por exemplo, meus ministros. Eu tinha uma linha, armamento. Eu não sou armamentista? Então ministro meu ou é armamentista ou fica em silêncio. É a regra do jogo”.

Esta semana, o governo chegou a determinar que todas as peças publicitárias teriam de passar pelo crivo da Secretaria de Comunicação da Presidência. Mas a ordem foi suspensa na sexta-feira pela Secretaria de Governo com o argumento de que isso vai contra a lei das estatais, que garante autonomia nas peças de conteúdo mercadológico das empresas de economia mista como o Banco do Brasil.

Mesmo assim, na tarde deste sábado (27), o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender o controle das propagandas.

“O que acontece com o Banco do Brasil: o pessoal sabe que eu tive uma agenda conservadora, defendendo a maioria da população brasileira, seus comportamentos, sua tradição judaico-cristã. E nós não queremos impedir nada, mas quem quiser fazer diferente do que a maioria quer, que não faça com verba pública, só isso”.

Procurado, o Banco do Brasil disse que não iria comentar as declarações do presidente.

Jair Bolsonaro também falou neste sábado sobre a relação com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Numa entrevista publicada na sexta-feira (26) no site Buzzfeed, Maia faz críticas a dois filhos do presidente.

Maia disse que um dos filhos do presidente, o vereador do Rio, Carlos Bolsonaro, é um radical, e que outro filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, vive um momento de deslumbramento. Perguntado sobre as declarações de Bolsonaro nas redes sociais, Rodrigo Maia também disse que: “Todo mundo tem convicção de que o Bolsonaro é que comanda isso e eu não acredito, e ninguém acredita mais, que é o Carlos que comanda esse jogo”.

Questionado, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que não acreditava na informação.

“Eu tenho certeza que isso é um fake. Eu gosto do Rodrigo Maia, ele tem respeito por mim, eu tenho respeito por ele, mandei uma mensagem via Onyx para ele, que ontem à noite dizendo que o que nós dois juntos podemos fazer não tem preço. Rodrigo Maia é pessoa importantíssima para o futuro de 208 milhões de pessoas. Espero brevemente poder conversar com ele”.

Foi o que fizeram um pouco mais tarde, em um almoço em que Rodrigo Maia também era convidado. Na saída, Bolsonaro falou sobreo encontro.

“Estou namorando o Rodrigo Maia. Uma conversa maravilhosa com ele. Rodrigo Maia é meu parceiro”.

Rodrigo Maia saiu sem falar com a imprensa.

O presidente também falou sobre a reforma da Previdência. Na quinta (25), em um café com jornalistas, Jair Bolsonaro disse que as mudanças na Previdência precisam representar economia de pelo menos R$ 800 bilhões em dez anos para produzir crescimento da economia. O texto enviado pelo governo ao Congresso prevê uma economia de pouco mais de um R$ 1 trilhão.

“Ela não pode ser desidratada, tem um limite. Abaixo disso apenas, como diz o Paulo Guedes, vão atrasar aí, vai retardar a queda do avião. O Brasil não pode quebrar. Nós temos que alçar um voo seguro para que todos possam se beneficiar da nossa economia”.

“O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse em nota que suas palavras sobre os filhos de Bolsonaro não foram ditas da forma como está colocado. Maia acrescentou que não seria capaz de tamanha grosseria e que houve distorção da entrevista ao site.

O JN não conseguiu contato com o vereador Carlos Bolsonaro nem com o deputado Eduardo Bolsonaro.

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